ATA DA NONAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 10-11-2005.

 


Aos dez dias do mês de novembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mario Fraga, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providências nos 2595, 2605, 2606 e 2607/05 (Processos nos 6428, 6440, 6441 e 6442/05, respectivamente), o Pedido de Informações nº 279/05 (Processo nº 6446/05) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 091/05 (Processo nº 1860/05); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Pedido de Providências nº 2711/05 (Processo nº 6613/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 2620, 2622, 2623, 2624, 2625, 2626, 2627, 2628, 2629, 2630, 2631, 2632, 2633, 2634, 2635, 2636, 2637, 2638, 2639, 2640, 2641, 2642, 2643, 2644, 2645, 2646, 2647, 2648, 2649 2650, 2651, 2653, 2654, 2656 e 2657/05 (Processos nos 6474, 6477, 6478, 6479, 6480, 6481, 6482, 6483, 6484, 6485, 6486, 6487, 6488, 6489, 6491, 6492, 6493, 6494, 6495, 6496, 6497, 6498, 6499, 6500, 6501, 6502, 6503, 6504, 6505, 6506, 6507, 6509, 6510, 6512 e 6513/05, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providências nos 2681, 2682, 2704 e 2705/05 (Processos nos 6569, 6570, 6596 e 6598/05, respectivamente) e os Pedidos de Informações nos 284, 286 e 287/05 (Processos nos 6567, 6608 e 6611/05, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10652636, 10652746 e 10652749/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente informou a ausência da Senhora Teresinha Jussara Alves da Silva, Presidenta da Associação Comunitária Amigos da Morada da Colina – ASCAMC, entidade que faria uso da Tribuna Popular no dia de hoje. Em continuidade, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria realizada homenagem ao transcurso do qüinquagésimo aniversário da Escola Estadual Dolores Alcaraz Caldas. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Senhor Benedito Zorzi, Diretor da Escola Estadual Dolores Alcaraz Caldas. Ainda, o Senhor Presidente registrou as presenças de professores, alunos, funcionários e da Senhora Maria Zeli Selau Borges Mann, aluna da turma de inauguração da Escola Estadual Dolores Alcaraz Gomes. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Margarete Moraes, como proponente da presente solenidade, avaliou o papel da educação no processo de desenvolvimento de uma sociedade, lembrando que a busca do aprimoramento integral do aluno sempre foi meta prioritária da Escola Estadual Dolores Alcaraz Caldas. Ainda, afirmou que essa instituição é referencial comunitário do Bairro Jardim Ipiranga, atendendo desde as séries fundamentais até a educação supletiva e a alfabetização de adultos. A seguir, o Senhor Presidente convidou a Vereadora Margarete Moraes a proceder à entrega do Diploma alusivo ao evento ao Senhor Benedito Zorzi, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que, como Diretor da Escola Estadual Dolores Alcaraz Caldas, agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo. Às quatorze horas e trinta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador José Ismael Heinen leu trechos de discursos proferidos pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva quando das eleições para a Presidência da República, no ano de dois mil e dois. Também, declarou que esse político não cumpriu compromissos assumidos durante a campanha eleitoral, criticando o quadro econômico e social hoje apresentado pelo País e citando denúncias divulgadas na imprensa, de casos de corrupção envolvendo o Governo Federal. Após, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e das Professoras Isabel Rodrigues e Carla Almeida, da 4ª série da Escola Estadual de Ensino Fundamental Ceará, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell registrou que, ontem, na reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, foi debatido o Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial, e o Senhor Presidente informou o recebimento de documentação de autoria do Professor Jorge Alberto Soares Barcellos, atinente à criação de mecanismos que oportunizem o transporte da população e ampliem a presença da comunidade nos eventos organizados por este Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elias Vidal comentou reportagem publicada hoje no Jornal Diário Gaúcho, intitulada “O comércio da Cidade Baixa vive com medo”, em que são relatados momentos de violência vivenciados por moradores desse Bairro, situação agravada no horário noturno, em face da grande concentração de bares e restaurantes observada nessa região. Ainda, comunicou que protocolará Projeto de Lei restringindo o horário de venda de bebidas alcoólicas em Porto Alegre. O Vereador Bernardino Vendruscolo avaliou a forma como a imprensa citou a aprovação, ontem, do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 030/05, de autoria do Vereador Nereu D’Avila, que estabelece condicionantes ao cercamento de logradouros públicos da Cidade. Nesse sentido, afirmou que as menções ao conteúdo desse Projeto são contraditórias, demonstrando que a questão não foi devidamente entendida pelos órgãos

de comunicação que abordaram a matéria. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos quanto às informações enviadas à imprensa pela Assessoria de Comunicação Social desta Casa, relativas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 030/05, e registrou a presença de servidores e Vereadores das Câmaras Municipais de Cachoeira do Sul, Dom Feliciano, Dom Pedrito, Frederico Westphalen, Jaguarão, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Segredo, Três Passos e Tupanciretã, que estão participando do “Curso de Redação Técnica – Atas, Anais, Ofícios, Memorandos e Requerimentos”, promovido pela Associação de Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul – ASCAM/RS, no período de nove a onze de novembro do corrente, sob a orientação da funcionária Rosa Ângela Fontes. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel informou que este Legislativo sediará, amanhã, encontro do Movimento Político pela Unidade – FOCOLARES. Também, analisou as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Rio Grande do Sul, frisando que nas próximas eleições ao Governo Estadual deverá ser buscado um pacto interpartidário, com o objetivo de concretizar investimentos e obras que viabilizem o acesso da população a serviços públicos de qualidade. A Vereadora Maria Celeste referiu-se ao Pedido de Informações nº 288/05, de sua autoria, acerca de Concorrência Pública promovida pela Companhia Carris Porto-Alegrense, em outubro do corrente ano, para aquisição de chassis e carrocerias de ônibus urbano. Sobre o assunto, questionou as justificativas gerenciais e jurídicas que levaram à adoção do critério de técnica e menor preço nesse processo licitatório, tendo em vista não se tratar de tecnologia sofisticada e nem de domínio restrito. O Vereador Márcio Bins Ely registrou que o Partido Democrático Trabalhista apresentou no Supremo Tribunal Federal uma Ação Popular contra a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, por promover licitações para concessão, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, com risco exploratório, em bacias sedimentares brasileiras. Finalizando, asseverou que as reservas de hidrocarbonetos são essenciais ao crescimento auto-sustentável do País. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 039/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e José Ismael Heinen, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 193/05, o Projeto de Lei do Legislativo nº 288/05, o Projeto de Lei do Executivo nº 029/05; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 070/05, discutido pelos Vereadores José Ismael Heinen e Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 029/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Márcio Bins Ely, os Projetos de Resolução nos 140, 137/05, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto e Carlos Todeschini, e 139/05, discutido pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Lei do Executivo nº 027/05, os Projetos de Lei do Legislativo nos 264 e 294/05. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria da Vereadora Maristela Maffei, Líder da Bancada do PSB, ao Projeto de Resolução nº 120/05 (Processo nº 4310/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes afirmou que o Partido dos Trabalhadores está sendo prejudicado politicamente na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, mencionando a falta de quórum para deliberação de matérias propostas por integrantes desse Partido naquela Comissão. Nesse sentido, lamentou que o direito de voto esteja sendo sonegado nas reuniões da CEDECONDH, por meio da retirada de quórum em reuniões lá realizadas. A Vereadora Clênia Maranhão contraditou o pronunciamento da Vereadora Margarete Moraes, em Comunicação de Líder, em relação a críticas feitas à conduta de Vereadores integrantes da CEDECONDH, argumentando que muitas vezes não é possível que os Vereadores cumpram toda a sua agenda de atividades parlamentares. Ainda, comentou a iniciativa do Vereador Aldacir Oliboni, de criar a Comissão Especial de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência. A Vereadora Manuela d'Ávila pronunciou-se a respeito do conceito que a opinião pública tem dos parlamentares brasileiros, criticando a postura de alguns Vereadores durante a Sessão Ordinária realizada ontem. Em relação ao assunto, ressaltou a importância de que os acordos feitos entre as diversas Bancadas com assento nesta Casa, com a finalidade de votação de Projetos polêmicos, sejam respeitados, sob pena de que se agrave a falta de credibilidade da população nos seus representantes. O Vereador Ervino Besson pronunciou-se sobre a questão da não-apreciação de Ofício de autoria do Vereador Carlos Todeschini na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, alegando que essa matéria não teria sido protocolada em tempo hábil para a deliberação. Sobre o assunto, discorreu acerca das atividades realizadas por essa Comissão, assegurando que não há falta de vontade política por parte da Presidência da CEDECONDH em relação a nenhum Vereador ou Bancada. Na ocasião, o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Ervino Besson, em Comunicação de Líder da presente Sessão, e que o Regimento da Casa seja respeitado, no referente aos prazos de tramitação de matérias nas Comissões Permanentes, tendo o Vereador Ervino Besson se manifestado e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca do assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei noticiou a realização de ato no Centro da Cidade, promovido pela Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente deste Legislativo, ressaltando a importância da inclusão das creches no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – Fundeb. Ainda, referiu-se ao Projeto de Emenda à Constituição nº 385/01, de autoria da Deputada Federal Luci Choinacki, que trata do direito à aposentadoria das donas-de-casa. O Vereador Claudio Sebenelo manifestou-se contrariamente ao cercamento de parques e praças no Município de Porto Alegre, justificando seu posicionamento a respeito da matéria. Em relação ao assunto, teceu considerações relativamente à necessidade de valorização dos espaços públicos abertos para o entretenimento da comunidade, chamando a atenção para o significado que representa a liberdade que os parques e praças proporcionam às pessoas. O Vereador Sebastião Melo ressaltou a significância do trabalho desenvolvido pelas Comissões Permanentes deste Legislativo, salientando a influência desses espaços no processo legislativo e na integração com a comunidade. Também, defendeu maior prazo para estudo e votação de matérias ligadas à revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre – PDDUA, alegando que esse Plano é uma das matérias mais importantes para a Cidade. O Vereador João Antonio Dib discutiu criticamente a lista de Projetos acordados para serem votados no dia de hoje, declarando que apenas um deles não se encontra sob a égide do artigo 81 do Regimento, que obriga a votação em regime de urgência. Nesse contexto, considerou fundamental a análise e manifestação das Comissões Permanentes da Casa em relação às proposições que posteriormente serão votadas na Ordem do Dia. Às dezesseis horas e quarenta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelos Vereadores Nereu D'Avila e Luiz Braz. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Na Tribuna Popular de hoje teríamos a representação da Associação Comunitária Amigos da Morada da Colina - Ascamc -, para tratar de assunto relativo à regularização fundiária. Segundo fui informado, a oradora, Srª Teresinha Jussara Alves da Silva, Presidente da entidade, não se faz presente.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje este período é destinado a assinalar o 50º aniversário da Escola Estadual Dolores Alcaraz Caldas, nos termos do Requerimento de autoria da Verª Margarete Moraes.

Convidamos o Sr. Benedito Zorzi, Diretor da Escola, para compor a Mesa. Queremos saudar também as professoras, alunos e funcionários, bem como a Srª Maria Zeli Selau Borges Mann, que é aluna da turma de inauguração da Escola.

A Verª Margarete Moraes, proponente desta homenagem, está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Srª Maria Zeli Selau Borges Mann, primeira aluna alfabetizada, e hoje professora; Srª Dinah Bernardes Ferreira, primeira Diretora; Srª Eloísa Souza, que foi professora dessa Escola por 22 anos; querida Celita Todeschini Merlo, que por sete anos foi Vice-Diretora dessa Escola e é tia do nosso querido Ver. Carlos Todeschini, eu, sinceramente, acredito na educação, na arte e na cultura como serviços, como investimentos de todos os Governos. A educação deveria ser sempre prioridade dos Governos em nível municipal, estadual e federal, Verª Neuza, aberta a todas as pessoas de todas as idades, sempre com muita qualidade e muita democracia.

Eu tenho muito orgulho da minha profissão, eu sou Professora de Educação Artística do Estado, e tenho dedicado o meu mandato para fortalecer a Educação, sobretudo ampliar e fortalecer a Universidade pública gratuita, assim como o Governo dá um norte do ponto de vista do interesse público às instituições particulares. E com este mesmo orgulho, eu quero parabenizar o meu companheiro, ex-Vereador, hoje Coordenador da nossa Bancada, nosso querido amigo Zé Valdir. Acho que o Zé Valdir é um símbolo do pedagogo em todos os dias da sua vida, não apenas trabalhando na Escola, mas ele sempre procura ser fiel às suas idéias e à sua prática, e quero dizer que foi o então Vereador Zé Valdir que me sugeriu esta homenagem. Com este orgulho, eu quero dedicar este período de Grande Expediente aos 50 anos da Escola Estadual de 1º Grau Dolores Alcaraz Caldas.

Em toda essa trajetória de 50 anos vem honrando não apenas o nome de Dolores Alcaraz Caldas, sua Patrona, mas os professores e funcionários, assim como a maior razão da existência, a maior razão de ser desse equipamento, que são os alunos e alunas dessa Escola - hoje, mais de 1.150, que compõe o Pré-Escolar, do 1º Grau ao Curso Supletivo, e a Educação de Adultos de 1º e 2º Graus.

Eu comentava sobre essa Escola, hoje, lá na CEDECONDH e um funcionário desta Casa, da Diretoria Legislativa, o Oscar Burguer, me disse que fez estágio na Escola Dolores Alcaraz Caldas e que foi muito bem recebido e tinha as melhores lembranças, as melhores recordações.

Essa Escola ainda tem atividades extraclasse, como um grupo de dança, como a banda da Escola, que já foi premiada muitas vezes, e também trabalha com um grupo de Escoteiros, constituindo assim, muito mais do que uma Escola, um espaço comunitário de troca de experiências, um espaço onde se ensina, se aprende, um espaço de encontro, de convívio, de lazer, de alegria, um espaço referencial comunitário daquela região.

A Escola Dolores Alcaraz Caldas foi criada por Decreto em 14 de abril de 1955 e se chamava Grupo Escolar de 4ª Entrância, situada na Rua Umbu, no Passo da Areia. Na verdade, foi inaugurada no dia 21 de junho de 1955; portanto, em 21 de junho de 2005 passou a ser cinqüentenária.

A Câmara Municipal de Vereadores, através de todos os Vereadores, de todos os Partidos, aprova essa homenagem, preservando o ano de 2005.

É importante dizer que em 1958 passou a se denominar Grupo Escolar Dolores Alcaraz Caldas em homenagem a essa grande mulher, uma das primeiras feministas na nossa Cidade, uma educadora com muita qualidade. E essa Escola passa, a partir dessa data, a abrigar e preservar o legado de Francisco Antonio Vieira Caldas Júnior, que é o fundador da Companhia Jornalística Caldas Junior. Hoje, a Escola funciona na Rua Afonso Celso Lupe da Silveira, no Jardim Ipiranga.

Nesse cinqüentenário, nesta data, é importante que a Casa Legislativa valorize a trajetória de todos os alunos e alunas, dos educadores, da comunidade, enfim, homenageie todas as pessoas que acreditam na Educação, que acreditam na construção do conhecimento, na informação e na formação de valores. Os alunos saem de lá com uma visão do mundo e muito melhor preparados para a vida.

Eu quero homenagear, neste momento, todas as professoras, o Diretor, toda essa trajetória daquelas pessoas que acreditam no Brasil, um Brasil muito melhor do que é hoje, muito mais justo e solidário, um Brasil que ofereça oportunidade para todos, independentemente da condição social, mas sobretudo para as classes menos favorecidas, porque é esse o trabalho da Educação pública, esse é o trabalho do Estado, esse é o trabalho do Município.

Portanto, Sr. Diretor Zorzi, receba a minha homenagem e a do Zé Valdir, o reconhecimento desta Casa ao trabalho, à vivência de todos vocês que trabalharam e que trabalham ainda nesse estabelecimento de ensino, que é muito maior e muito mais significativo do que aquele prédio ou do que aquele endereço.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª  permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Margerete Moraes, primeiramente nós gostaríamos de parabenizá-la e dizer que estou falando aqui em nome do nosso Partido, o PPS, mas também o Ver. João Antonio Dib pediu para que eu falasse em nome do PP, e o Ver. Maurício em nome do PTB. Com isso, estou dizendo que esta homenagem está se estendendo praticamente a toda Casa.

Primeiro, quero falar da alegria de uma escola estadual estar completando 50 anos. Eu sou oriundo de escola estadual e fiz, na época, ginásio e científico no Infante Dom Henrique, mas trabalhei a maior parte da minha vida em escola particular. E quero fazer esse registro: foi onde eu conheci o professor Benedito Zorzi, trabalhamos juntos no Colégio São José, trabalhamos juntos, por muitos anos, no Colégio Nossa Senhora das Dores. Sei da sua formação e acho que a Escola tem muito a ganhar, porque é o mentor. O diretor é aquele que harmoniza o corpo docente e o corpo discente. Conhecendo a história e a trajetória do professor Benedito, sei que essa Escola está entregue em boas mãos. Mas quero mais uma vez lhe parabenizar por esta iniciativa, porque cada vez mais nós precisamos valorizar a escola pública do nosso Estado. Parabéns, Vereadora.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Muito obrigada, Ver. Garcia.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª  permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Margarete, quero cumprimentá-la pela escolha desta homenagem, e cumprimento também o professor Benedito Zorzi, Diretor da Escola; lembro que esse também é o nome de um Bispo da minha Diocese, deve ser seu familiar, com certeza. Também cumprimento as professoras que estão aqui presentes, professora Eloísa, Professora Celita - que também é minha tia - e a professora Dinah, que foi a primeira aluna da Escola e depois se tornou também professora.

Esta homenagem é realizada justamente num momento em que, não diferente dos outros, o ensino público não tem o reconhecimento merecido por parte das autoridades. E nós, para darmos ao Brasil passos à frente, temos que empenhar todos os esforços, envidar todos os esforços para que o ensino público, a carreira do magistério e a qualidade da educação sejam os principais instrumentos de transformação do Brasil e da sociedade. Cara colega Verª Margarete, os meus cumprimentos pela escolha e pela homenagem muito merecida à Escola Dolores Alcaraz Caldas.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Muito obrigada.

 

O Sr. Ibsen Pinheiro: V. Exª  permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Margarete Moraes, permita-me associar à Bancada do PMDB a esta justa homenagem que faz V. Exª , cumprimentando-a pela iniciativa. Permita-me registrar vários simbolismos que estão aí, não apenas no sentido de homenagear uma escola, mas que também significa homenagear o nome da patronesse dessa escola, Dolores Alcaraz Caldas, uma figura que marcou a nossa Cidade por sua atuação em tantos campos, especialmente no campo educacional e social; e também o simbolismo de estar aqui o Professor Benedito Zorzi, que tem uma atuação marcante na área do Ensino. Eu tinha uma referência dele muito autêntica e muito válida quando meu filho, ainda pequeno, estudava no Colégio das Dores, onde ele era orientador educacional. Cumprimentos, Verª Margarete, por sua iniciativa.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada, Ver. Ibsen Pinheiro. Portanto, querido Diretor, Professor Benedito Zorzi e demais educadoras que nos prestigiam neste momento, por tudo aquilo que foi dito em nome dos demais Partidos e aquilo que não conseguimos dizer, não conseguimos sintetizar em apenas 10 minutos, por tudo aquilo que se vê e por aquilo que não se vê, que é o mundo dos sonhos, dos valores, das esperanças, mas o que fica é aquilo que uma geração passa para outra, isso é o que permanece na história e na cultura da humanidade.

Quero dar os parabéns à Escola e transmitir o reconhecimento da cidade de Porto Alegre por todo o serviço até então prestado. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convido a Verª Margarete Moraes a proceder a entrega do Diploma ao Diretor da Escola homenageada.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Professor Benedito Zorzi, Diretor da Escola Estadual Dolores Alcaraz Caldas, está com a palavra.

 

O SR. BENEDITO ZORZI: Exmo. Sr. Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; muito querida Verª Margarete Moraes, proponente desta homenagem; eu posso dizer, com tranqüilidade de consciência, que vejo muitos rostos conhecidos nesta Casa, especialmente do Ver. Ibsen Pinheiro, se não me engano chama-se Márcio o seu filho; do Ver. Professor Garcia, colega de trabalho em outras épocas; lembro especialmente do ex-Vereador Zé Valdir, pois trabalhei em algumas campanhas para ele, acreditando numa proposta de construção de sociedade mais justa. Mas, quero também lembrar aqueles que, de alguma forma, não diretamente, mas por suas funções, também contribuíram para a construção desses 50 anos da Escola Dolores Alcaraz Caldas; e aí eu cito o muito valoroso Ver. João Dib, que tem a sua placa lá, era Prefeito à época, mas que deslocou parte dos pavilhões, as chamadas brizoletas, para que a Escola pudesse funcionar em espaço maior, mais adequado e com melhores condições.

Eu vou dar uma de professor e vou tentar ser breve, objetivo e dizer o que eu penso em pouco tempo. Quero muito agradecer pela homenagem que está sendo feita, não a mim - embora eu agradeça pelos elogios que me foram dirigidos -, mas aos quase 25 mil alunos que já passaram pela Escola Dolores Alcaraz Caldas. Eles são a razão de ser, de existir a Escola, e por causa disso, centenas de professores e professoras, bem como os funcionários já pisaram nos corredores, nas salas de aula, nos gabinetes da Escola; e, por correspondência, aquela comunidade do Jardim Ipiranga, do Passo D’Areia, que confiou numa escola pública - não por ser gratuita, mas por ser pública -, que buscava, diariamente, a sua qualidade de ensino. E aí eu lembro do esforço de muitas pessoas, desde aquela menininha, na época de 1955, que lá foi alfabetizada, Prof.ª Maria Zeli, que acabou tornando-se professora da Escola e, hoje ainda trabalha no Tribunal Regional Federal, até aquelas pessoas que, por encargo da sua função, não estão na sala de aula, mas têm a obrigação de coordenar todas as atividades pedagógicas. E eu vejo aqui a nossa ex-Diretora, Carmem Lúcia dos Santos, representando todos os gestores que já passaram pela Escola.

Agradeço em nome deles todo o esforço que foi feito por todas essas pessoas ao longo desses 50 anos. Estamos, hoje, com 1.100 alunos; 450 deles já estavam em idade escolar em 1955, e estão, hoje, retornando, porque perderam a oportunidade ou não puderam usufruir da oportunidade da escola pública e gratuita em época própria. É a nossa educação de jovens e adultos, com muitos alunos acima de 50 anos. A eles, àquelas crianças do Jardim, e da 1ª à 8ª série, que estão lá hoje estudando, a nossa homenagem. Eles vão ajudar a fazer os próximos 50 anos.

Orgulho-me de ser Diretor desta Escola, orgulho-me de ser professor estadual há mais de 25 anos - embora já aposentado do particular -, mas me orgulho de estar trabalhando para uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Não são apenas flores, a Verª Margarete Moraes citou bem as dificuldades que o ensino público sempre enfrentou historicamente na nossa sociedade – e vai continuar a enfrentar. Vocês, Srs. Vereadores, nesta Casa, representam uma comunidade que tem muito a dizer sobre o que se espera da escola pública. Digam! Nós esperamos muito a solidariedade da Câmara Municipal, embora a nossa Escola seja estadual, porque a Câmara Municipal é a voz da comunidade na qual a escola está inserida.

Senhores Vereadores, público presente, muito obrigado, e o meu agradecimento especial à Verª Margarete Moraes, pela proposição desta homenagem. Que isso sirva de estímulo para mais 50 anos. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós estamos encerrando o Grande Expediente, que celebra, aqui, nesta tarde, os 50 anos da Escola Estadual Dolores Alcaraz Caldas, cuja proponente foi a Verª Margarete Moraes, acrescido do entusiasmo do Professor, ex-Vereador, José Valdir.

Queremos cumprimentar o Professor-Diretor Benedito Zorzi, bem como as professoras já mencionadas, em especial a Professora Maria Zeli Selau Borges Mann, que foi aluna quando da inauguração da Escola e, agora, é Professora da Escola.

Este é um momento extraordinário para esta Casa, e a Casa é sempre grata a esses momentos, porque estamos celebrando, rememorando aquilo que é fundamental na sociedade, que é a Educação - e a Educação se faz por uma dessas formas, que é a escola, através dos professores, das professoras, da participação dos alunos, dos pais.

Então, quando a Escola Dolores Alcaraz Caldas completa 50 anos, a gente fica a meditar: quantas e quantas gerações passaram pela escola, formaram-se, voltaram a lecionar, assim como ocorreu com a Professora Maria Zeli Selau Borges Mann. Vejam que instrumento fantástico é a escola. Portanto, Verª Margarete Moraes, quero cumprimentar V. Exª  por ter oportunizado à Casa prestar esta homenagem, rememorando essa longa trajetória da Escola Dolores Alcaraz Caldas, que traz o nome de uma das figuras notáveis da cidade de Porto Alegre. Com essas palavras, nós levantamos os trabalhos para os cumprimentos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h33min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h35min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Márcio Bins Ely.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Sr. Presidente Elói Guimarães, saúdo os nobres colegas Vereadores e Vereadoras, a população de Porto Alegre, os representantes da imprensa, da TVCâmara, são esses Grandes Expedientes que nós, Vereadores, temos para externar periodicamente aquilo que achamos de mais importante na conjuntura política da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País.

Eu quero hoje reportar-me ao ano de 2002, quando ouvíamos discursos de certas autoridades com algumas promessas brasileiras (Lê.): “O otimismo do povo persiste apesar de todo o ambiente de crise que se vê na televisão, na rádio e na imprensa escrita. Os brasileiros acreditam que o Brasil tem todas as condições de superar as suas dificuldades e dar uma arrancada em direção a um futuro de crescimento e justiça. O otimismo popular, além de ser uma das melhores características da cultura nacional, tem razão objetiva de ser. A população está esperançosa, acredita nas possibilidades do País, mostra-se disposta a apoiar e sustentar um projeto nacional alternativo que faça o Brasil voltar a crescer, a gerar empregos, a reduzir a criminalidade, a resgatar a nossa presença soberana e respeitada no mundo”. Discurso ouvido em 2002 - e pasmem, senhores -, estas foram as palavras de Lula em discurso proferido na campanha de 2002.

Sr. Presidente, onde está o otimismo e a esperança do povo neste momento?

Naquela época, apesar do desfile infinito das mazelas apontadas pela oposição ao Governo vigente, o povo, conforme ele mesmo dizia, ainda tinha esperança. Pois bem, esse Governo, que crucificou os governos anteriores, que disse que as promessas foram descumpridas e as esperanças frustradas, ainda, em todos os discursos, admitia o otimismo do brasileiro, a confiança que o povo teria no Governo do PT e das esquerdas. E agora? O que dizer para esse povo que acreditou e apostou num Governo acima de qualquer suspeita, que pregava a transparência e a ética, que tinha como discurso o compromisso com a geração de empregos, a reforma agrária, o combate à fome, à pobreza, o aumento salarial da massa trabalhadora? O que o Governo Lula conseguiu até agora foi destruir o bem maior que o povo tinha: o otimismo, a credibilidade e a esperança de um País mais justo, soberano, em que as reformas sociais que são alardeadas em campanha realmente acontecessem. Onde está, Sr. Presidente, o nosso modelo político que o povo esperava? Onde estão os 10 milhões de empregos prometidos, já que criar empregos era, segundo seu discurso, uma obsessão que eu considerava justa? Atualmente são 4 milhões de jovens desempregados no Brasil, com poucas perspectivas de uma oportunidade nas duras etapas de uma seleção para um emprego em contraponto aos 4 mil Cargos em Comissão registrados no gabinete de Lula. E as milhares de famílias que seriam assentadas através de uma reforma agrária pacífica e negociada? Onde está o compromisso fundamental de combate à fome e à pobreza que dizia atingir 53 milhões de brasileiros? O que sabemos é que o Projeto Fome Zero, que segundo o próprio Lula foi a proposta mais crescente de combate à fome já elaborada no País, foi um grande fracasso. Sem falar nos resultados no mínimo duvidosos do Bolsa Família, em que o controle dos recursos se tornou uma outra porta para desvios de verbas.

Presidente, estamos ainda aguardando o seu compromisso de campanha de dobrar, em quatro anos, o valor real do salário mínimo.

O Projeto de Governo sustentava-se em cinco reformas - se bem me lembro: a tributária, a previdenciária, a agrária, a trabalhista e a política. Onde estão efetivamente essas reformas? O que se viu até agora foram algumas reformas que, na realidade, não beneficiaram a grande massa da população, como a previdenciária que, ao contrário, retirou direitos do trabalhador brasileiro, conquistados com muita luta! Como exemplo, os nossos aposentados que trabalharam a vida toda e hoje têm que contribuir com a Previdência.

Dizia Lula que o equilíbrio fiscal não é um fim, mas um meio. O equilíbrio fiscal serviria para crescer e não apenas para prestar contas aos nossos credores. Dizia, meus senhores: “A volta do crescimento é o único remédio para impedir que se perpetue um círculo vicioso entre inflação baixa, juros altos, oscilação cambial brusca e aumento da dívida pública”. Isso afirmava o Presidente Lula! Parece que esse círculo vicioso tão profanado pelo PT se perpetuou no Governo, pois a dívida pública continua em alta, pagamos 19% de juros da dívida, uma das mais altas do mundo! O superávit em torno de 4%, 5%, 6%, somados com todas as nossas arrecadações, não serve sequer para pagar os juros da dívida externa que hoje seria em torno de 153 bilhões de reais! Faltam-nos 20 bilhões/anos para pagar os juros da dívida externa, e temos apenas em torno de 9 a 10 bilhões de reais para aplicarmos nos investimentos necessários. Os juros altos fazem parte da política do Governo, engessando a nossa economia, impedindo seu desenvolvimento, endividando-nos cada vez mais.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª  permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Ismael, V. Exª  tem razão, os juros são muito altos e penalizam o povo; mas, V. Exª  tem que lembrar de dizer que esses juros foram contraídos pelo seu Governo, o Governo passado, vergonhosamente, e agora não há como romper com esses contratos, porque seria penalizada a poupança pública. Então, diga a verdade, mas diga toda, não pela metade.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Obrigado pela interferência do nobre colega. Três anos de Governo Lula, mas faltam 20 bilhões/anos para cobrirmos apenas os juros da nossa dívida. Não tem mais justificativa, nobre colega!

Mas eu me refiro às promessas de campanha, ao compromisso principal, que é a minha preocupação: o compromisso da transparência e da ética. Lula dizia em seu discurso de posse: “Não vou decepcionar o povo brasileiro”. Infelizmente, aí está a maior contradição de seu Governo.

O povo brasileiro assiste estarrecido e indignado a maior corrupção que veio a público na trajetória política brasileira. O Governo PT atirou na lama a ética, a dignidade, a credibilidade, o otimismo e a esperança de nosso povo! São escândalos sucessivos de mensalões, caixa-dois, cassações, apropriação indevida do dinheiro público para as campanhas, mentiras, escândalos comprometedores envolvendo o nome do Presidente. Temos aí a denúncia grave do suposto empréstimo recebido de Cuba para a campanha eleitoral do PT. Enfim, todos sabemos as mazelas que nós estamos passando.

Concluindo, por absoluta falta de tempo, Sr. Presidente, quero colocar que cabe a nós, infelizmente, políticos de todas as instâncias, que ainda acreditamos numa política séria, honesta, ética, voltada para o bem social, tentar reverter esse quadro mostrando através de ações - porque o discurso está desacreditado - que existe, sim, uma luz no fim do túnel, água no fundo do poço, e que é possível recriar a esperança e o otimismo deste povo brasileiro.

Resgatar a credibilidade do brasileiro à classe política é a árdua missão de todo Parlamentar, seja qual for a instância que atue neste momento. Este será um trabalho necessário e de grande desafio que todo Parlamentar deve ter como prioridade.

Encerro, Sr. Presidente, e, como sempre, peço que Deus continue brasileiro e nos ajude para podermos legar uma pátria livre e mais justa para todos os brasileiros. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está encerrado o período do Grande Expediente.

Nós queremos registrar, para honra da Casa, a visita orientada da Escola Estadual de Ensino Fundamental Ceará. São 60 alunos da 4ª Série do Ensino Fundamental, acompanhados das Professoras Isabel Rodrigues e Carla Almeida. Esta é uma atividade que faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana.

Os nossos cumprimentos à Escola Fundamental Ceará!

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, ontem, na reunião da Comissão de Educação, nós ouvimos o Memorial da Casa – e eu faço questão de registrar isso para V. Exª na sua gestão – com relação à preocupação com o transporte dos alunos. Eu acho que nós conseguimos, junto às entidades, à Prefeitura, enfim, criar condições para que o Memorial desta Casa continue trabalhando, cada vez mais, de forma ousada.

Eu queria fazer este registro, porque acho importante o trabalho que o Memorial faz, quando traz essas crianças para este recinto.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós estamos recebendo um expediente do professor Jorge Barcellos no sentido de estabelecermos mecanismos de transporte para as crianças que traz à Casa, alunos, alunas, professores e professoras que passam a conhecer a Câmara Municipal de Porto Alegre, pois este tem sido um grande projeto. Portanto, está de parabéns!

Pedimos uma salva de palmas à Escola Estadual de Ensino Fundamental Ceará. (Palmas.)

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste nesta Casa Legislativa, nossos amigos, munícipes que acompanham pelo Canal 16, é com honra que temos aqui neste auditório muitas crianças e professores, neste lugar tão nobre que é a Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Senhores Vereadores, o jornal Diário Gaúcho de hoje nos traz uma matéria muito triste, com o título “O Comércio da Cidade Baixa Vive com Medo”. Ele nos traz aqui um relato muito triste, porque diz assim (Lê.): “Primeiro foram os carros, depois as tabacarias, lotéricas, farmácias e supermercados. Nos últimos meses, os assaltantes elegeram um novo alvo no Bairro Cidade Baixa, na Capital: à noite, invadem bares, fazem reféns e fogem com os carros dos clientes”. Isso é muita agressividade, é muita invasão de privacidade! Imaginem uma família chegar a um bar, em um restaurante para jantar, para uma confraternização, e de repente chega um assaltante, invade o local, toma os seus pertences e foge com o carro. Isso até parece um deboche da própria sociedade, dos órgãos públicos. Diz mais ainda (Lê.): “Fogem com os carros de clientes. Pesquisa da Brigada Militar mostra que 41% dos estabelecimentos comerciais da rua Lima e Silva já foram assaltados. Conhecida por seu clima boêmio e informal, a região chega a atrair cerca de 50 mil pessoas nos fins de semana”. Não comporta 50 mil pessoas num final de semana, ou seja, a Cidade não foi organizada para isso! Essa miscigenação - no meu ponto de vista, uma miscigenação criminosa - é que deu permissão para se chegar a uma grande concentração de bares e aglomeração de pessoas numa região. Nós precisamos rediscutir esse tipo de situação.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª  permite um aparte? (Assentimento do orador.) Para colaborar com sua intervenção, eu fiz uma denúncia aqui sobre a questão dos flanelinhas da Cidade Baixa. Vereador, 100% dos flanelinhas - não sou eu quem diz, é a Companhia do 9º Batalhão -, que foram revistados pela Brigada Militar, tinham problemas com a Justiça. O problema da Cidade Baixa chama-se: “tráfico e flanelinhas”, “flanelinhas e tráfico”. Esse é o problema da Cidade Baixa.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Também. Concordo. Agora, nós estamos falando da Cidade Baixa, mas, na realidade, o problema não é só na Cidade Baixa, há vários pontos na Cidade em que o problema vem se alastrando. Os problemas hoje estão se agravando em regiões que nem apresentavam esse tipo de situação. Estão surgindo novos focos dentro de Porto Alegre.

Este Vereador está protocolando um Projeto de Lei nesta tarde. Vamos chamar à discussão, não sei o que vai dar, mas, pelo menos, é uma tentativa. É um Projeto de Lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas após as 22 horas, de segunda a quinta-feira, e às sextas, sábados e véspera de feriados após as 24 horas. A minha assessoria está protocolando, hoje à tarde, um Projeto de Lei, de autoria deste Vereador, porque entendo que muita gente vem para esses pontos só para consumir, na maioria, bebida alcoólica. Estamos desenvolvendo, compactuando com uma juventude que vem se tornando cada vez mais ébria, mais etílica, mais alcoólatra. Precisamos fazer alguma coisa. Por que os bandidos estão vindo para essas regiões? Porque estão encontrando alvo fácil. Há descontrole da sociedade nesse sentido, e nós precisamos colocar parâmetros, precisamos normatizar essas áreas, essas regiões, esse excesso de bares e similares, onde as bebidas alcoólicas e as drogas correm soltas. Como diz o nosso ex-Secretário da SMIC, com muita verdade, há muitas atrações para os usuários de drogas, para a venda de drogas, para o tráfico de drogas, roubos, assaltos. O que vai acontecer é que famílias vão ser latrocinadas, pessoas vão ser assassinadas, e quando é que nós vamos tomar algum tipo de providência? Algumas cidades no Brasil já estão trabalhando nessa direção, como lá em Teresina, São Paulo, Florianópolis. Então, este Vereador traz esse Projeto de Lei, estamos protocolando neste tarde. Esse é um dos Projetos. Há um segundo Projeto que pretendemos protocolar na próxima semana, que tem a ver também com essa área, porque, do jeito que as coisas estão indo, nós estamos incentivando a violência como gasolina no fogo, na madeira seca. E se as coisas continuarem dessa forma, senhores, daqui a uma meia dúzia de anos, ninguém mais sairá à rua.

Há muita liberdade. A garotada, a juventude está se perdendo nas drogas, na bebida, e nós estamos batendo palmas, achando que eles estão se divertindo, quando estão enchendo a cara, quando estão provocando, muitas vezes, a própria violência, desde o acidente, desde o atropelamento, desde o carro que bate, desde a pessoa que eles atropelam na calçada, desde a violência doméstica pela bebida alcoólica, somando-se, agravando-se com o uso de drogas, e nós estamos batendo palmas, achando que tudo é bonito, que tudo é beleza, e cada vez mais eles estão se afundando nas drogas, na bebida. E as famílias, as associações perguntam o que nós, as autoridades, estamos fazendo.

Então, esse nosso Projeto é uma tentativa, não sei se é a melhor, mas nós precisamos achar uma saída, porque o que está acontecendo, o que as reportagens, os meios de comunicação estão nos informando e o que estamos assistindo todos os dias mostra que é inadmissível que isso continue acontecendo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, venho a esta tribuna para fazer comentários a respeito da divulgação na mídia, na imprensa escrita, do Projeto que esta Casa aprovou ontem. Eu peço a atenção dos Vereadores. Vou ler pequenos tópicos.

Da forma como saiu na imprensa hoje, tamanha foi a confusão para os eleitores. Jornal Zero Hora (Lê.): “Agora, um condomínio fechado que tem um parque, por exemplo, pode cercá-lo sem o plebiscito - explica o Vereador.”

Jornal Correio do Povo (Lê.): “A Câmara de Vereadores... Abriu mão, inclusive, do direito que o Legislativo poderia ter de examinar caso a caso.”

Eu estou lendo parte dos artigos. Jornal Correio do Povo (Lê.): “... Mesmo com a aprovação, os Projetos de cercamento de logradouros terão de passar, caso a caso, pelo aval da Câmara para serem executados.”

Jornal O Sul (Lê): “... Os Projetos de cercamentos deverão ser analisados caso a caso antes de sua execução.”

Jornal O Sul (Lê.): “Apesar de fechados, os locais deverão estar à disposição do público em horário previamente anunciado...”

Jornal O Sul (Lê.): “Todo o cercamento de logradouro precisará ser aprovado pela Câmara Municipal, de acordo com o Projeto do Vereador...”

Então, Srs. Vereadores, o que nós aprovamos ontem não está claro para a imprensa de um modo geral. Sr. Presidente, parece-me ser necessário que o setor de imprensa desta Casa divulgue o que efetivamente nós aprovamos aqui, ontem, porque, do jeito que está, não há um entendimento claro sobre aquilo que nós aprovamos. Infelizmente, quando sai na imprensa, para o povo, de um modo geral, é lei. A imprensa tem esta credibilidade. Infelizmente, saiu aqui, do jeito que está, é lei. As pessoas, de um modo geral, não têm o costume ou não estão com possibilidade, digamos assim, de acessar a Internet, ou, enfim, de ler o documento oficial da Casa para se inteirar do assunto.

Eu vejo que o Ver. Adeli está rindo, mas é uma verdade, Vereador, nós não podemos perder a oportunidade de, também, fazer uma crítica à imprensa, porque, seguidamente, somos criticados. Como nós vivemos num País democrático, num Município democrático, também é a oportunidade que nós temos de chamar a atenção para o fato de essas informações gerarem, na sociedade, uma confusão tremenda. E eu não tenho o menor constrangimento de dizer, fazendo apenas uma ressalva: ou teriam sido os Vereadores que mandaram esta informação para imprensa? Daí, Sr. Presidente, esta Casa tem a necessidade de rever tudo isso que foi divulgado e tentar corrigir, para que saia realmente aquilo que nós aprovamos ontem aqui. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Bernardino Vendruscolo, o Diretor de Jornalismo e Imprensa da Casa nos esclarece que as informações saídas da área da Casa foram absolutamente corretas. Inclusive as informações estão disponíveis no site da Câmara. Se alguma informação não corresponde, deve-se ao órgão de divulgação ou à entrevista de algum Vereador. Portanto, é uma informação que presto a Vossa Excelência.

Nós queremos anunciar a visita, nas galerias, dos participantes do Curso de Redação Técnica, Atas, Anais, Ofícios, Memorandos e Requerimentos, promovido pela Associação dos Servidores de Câmara Municipais do Rio Grande do Sul, Ascam, que vai de 09 a 11 de novembro, no Plenário Ana Terra desta Casa. Aqui estão presentes servidores e Vereadores dos Municípios de Cachoeira do Sul, Dom Feliciano, Dom Pedrito, Frederico Westphalen, Jaguarão, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Segredo, Três Passos e Tupanciretã. Esse Curso é orientado pela Professora da Casa, Rosa Ângela Fontes. Eles estão fazendo uma observação ao Plenário sobre o andamento dos trabalhos.

Sintam-se saudados, portanto, os funcionários e Vereadores que estão fazendo esse Curso extremamente importante para as Casas Legislativas.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, esta Casa recebe, hoje, a visita de alunos da Escola de Ensino Fundamental Ceará, para verem como os políticos trabalham, como lutam por um desejo maior dessas crianças, desses jovens. Qual é o grande tesouro que esses jovens têm? O seu grande tesouro é o futuro. Como é que se concretiza o futuro desses jovens? Melhorando o presente. O presente do Estado do Rio Grande do Sul passa por inúmeras dificuldades, e se não forem resolvidas, não será concretizado o futuro dessas crianças.

Amanhã, nesta Casa, nós teremos uma reunião, Ver. Adeli Sell, do Movimento Político pela unidade dos Focolares; estão todos convidados, às 9 horas. Esse Movimento prega, vamos dizer, questões suprapartidárias em que nós, em função do bem comum, podemos nos unir. E aí nós avaliamos a situação do nosso Estado.

O Presidente do meu Partido, Deputado Francisco Turra, fez uma reunião esta semana e estava extremamente preocupado com o futuro do nosso Estado. Diz ele que o próximo Governador vai precisar de um pacto interpartidário para fazer as mudanças de que o Estado necessita. São mudanças sérias, muitas, ou a maioria, impopulares e que o próximo candidato a Governador vai ter que colocá-las claramente. Porque se foi o tempo de enganar os eleitores, ser bonzinho, de não tomar medidas e ficar nesse estado letárgico em que nós estamos, na UTI financeira. O Estado provavelmente irá pagar o 13º salário aos seus funcionários com empréstimo do Banrisul, e no ano que vem, o imposto irá reduzir, o imposto irá diminuir, como é que vai ser pago o salário dos funcionários? E recursos para investir na educação, para investir no futuro dessas crianças que hoje nos visitam e que são apenas um símbolo do futuro deste Estado? É claro que o povo também precisa dar o seu testemunho. Ouvimos, aqui, o Ver. Elias Vidal dizer que, por fim de semana, se reúnem 50 mil pessoas na boemia, ou seja, no beber, no fumar, no se divertir e como é que tiram recursos para isso? Estragam a sua saúde e depois falta recursos para a saúde! Consomem drogas, e depois temos problemas sérios de segurança.

O Deputado Francisco Turra tem um projeto de estado necessário, de fazer mudanças concretas para que formalizem, concretizem o futuro, por exemplo, dessas crianças da Escola Ceará que nos visitam e que são o símbolo do nosso futuro.

Sr. Presidente, sem a participação de todos, sem mais trabalho, sem mais estudo, sem mais dedicação aos professores que ensinam, às suas lutas, não tiraremos este Estado dessa situação. Este Estado é um Estado de gente boa que precisa de estímulo para concretizar o seu futuro.

Sejam bem-vindos jovens da Escola Ceará e que nós, políticos, possamos concretizar um futuro brilhante para vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero agradecer, primeiro, a gentileza da Verª Margarete Moraes, que me cede o seu lugar em Comunicações no dia de hoje, passando a ocupá-lo na segunda-feira; e quero saudar também as crianças que estão em visita numa atividade junto com o Memorial da Câmara, importante para a Cidade e sobretudo para às escolas.

Queria falar sobre o Pedido de Informações que protocolei no dia de ontem, na Casa, solicitando informações à Companhia Carris Porto-Alegrense, designada pela Portaria n.º 020, de 10 de outubro de 2005, a respeito do processo de licitação, Concorrência Pública, editada pela Comissão Especial de Licitações. Solicitei várias informações por estar bastante preocupada com a forma como foi colocada a questão, na licitação da concorrência, da aquisição de chassis e carrocerias para ônibus urbanos.

A minha assessoria fez um estudo minucioso, e ficamos bastante preocupados, levantamos alguns itens sobre os quais gostaríamos de obter respostas. Por que não foi utilizado o tipo de licitação de menor preço? Qual a justificativa legal para a adoção do tipo de licitação técnica e preço? Muda-se a forma como se faz esse tipo de quesito, na licitação, a partir de agora.

Considerando que os bens, objeto da licitação - chassis e carrocerias -, são básicos e comuns no mercado e, conseqüentemente, não se tratam de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, como enquadrá-los, legalmente, no tipo da licitação técnica e preço? A maior parte da frota da Carris possui atributos com tecnologia mais sofisticada que a solicitada no Edital atual. As licitações anteriores não previam as mesmas exigências técnicas agora apresentadas. Quais são as justificativas gerenciais e as jurídicas para a empresa alterar sua conduta de licitações e solicitar esses novos requisitos técnicos numa licitação com objeto mais simplificado? E por aí vamos decorrendo várias questões importantes.

Por que o fator mercado possui o maior peso entre todos os critérios? O que justifica econômica e tecnicamente ele possuir o dobro do peso da Complexidade Técnico-Operacional e quatro vezes o peso do prazo de garantia?

Considerando a hipótese em que todos os concorrentes tenham o mínimo de pontos em todos os quesitos da parte técnica da licitação e apenas um deles possua nota máxima em apenas um quesito, o fator mercado, gostaria que a Carris, a sua Direção, justificasse por que deveria, nesse caso, adquirir veículos das empresas dominantes do mercado, mesmo tendo que, hipoteticamente, pagar 63,6% a mais que a segunda proposta.

Se há o objetivo de reduzir os custos, por que foi formulado um Edital que permite adquirir veículos com uma diferença de preço superior a 63,6% entre a primeira e a segunda proposta?

Durante a Administração Popular, a frota de ônibus de Porto Alegre foi qualificada. A Carris e o conjunto das empresas privadas adquiriram veículos com mais conforto para o passageiro e a tripulação. Esses veículos possuem, entre outros atributos, ar-condicionado, câmbio automático, suspensão a ar, acessibilidade universal, ajoelhamento, motor traseiro, enfim, várias benesses. Por que a Carris, agora, inverterá esse processo, regredindo para o tipo de veículo mais simples existente no mercado?

Nos últimos anos, paralelamente à qualificação de sua frota, a Carris foi a empresa que menos perdeu passageiros. A desqualificação da frota, proposta nesse Edital, não poderá agravar a redução do número de passageiros?

Para concluir, Sr. Presidente, vou citar apenas o último quesito do meu Pedido de Informações, e espero que, dentro do prazo legal, a Prefeitura retorne essa informação à Casa, o que não tem acontecido com vários Pedidos de Informações, sobretudo da nossa Bancada.

No segundo semestre de 2004, a Carris testou um novo tipo de veículo nas linhas do Centro de Porto Alegre. Esse veículo possuía, entre outros atributos, comprimento menor que o convencional, motor traseiro, câmbio automático, acessibilidade universal e ar condicionado. A Carris mantém o Projeto de qualificar o transporte no Centro, incorporando esse tipo de frota nas linhas circulares ou não mais será? Se sim, se a resposta for afirmativa, quando esse projeto será de fato implantado? Se não, qual é a opinião da direção da Carris, o tipo de veículo mais adequado para circular nas ruas movimentadas do Centro e transportar os usuários típicos dessa região, idosos e cidadãos que necessitam de acesso a entidades de apoio e pessoas com deficiências que circulam no Centro da Cidade?

Sr. Presidente, para concluir, gostaria de dizer que espero que dentro do prazo legal possamos ter resposta nesta Casa, uma vez que em vários PIs que a Bancada do Partido dos Trabalhadores têm feito à Prefeitura, extingue-se o prazo legal de resposta, o que espero que não aconteça com este, tendo em vista que o processo de licitação já começou e está previsto para terminar no final de novembro. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; na pessoa de V. Exª  quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, e o público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara. Faço uso da tribuna neste período de Comunicações para trazer ao conhecimento da sociedade porto-alegrense uma Ação Popular com pedido de liminar que o nosso Partido, o PDT, entrou no STF contra a Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis. Na realidade nós estamos percebendo que o Brasil praticamente é o único País no mundo que vende ou concede suas reservas de petróleo. Quero trazer a público esta denúncia que fazemos e também cumprimentar a Assessoria jurídica do nosso Partido, os advogados Ian Rodrigues Dias e Luiz Carlos Kreutz, que fizeram muito bem a colocação a respeito deste tema de suma importância, que diz respeito a uma questão estratégica do nosso País. E para tanto, quero fazer algumas manifestações.

Vou transcrever algumas partes da Ação, porque acho oportuno (Lê.): “A Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural elaborou os Editais para promover licitações para concessão, exploração, desenvolvimento e produção, celebrando os contratos delas decorrentes e fiscalizando a sua execução”. Quais sejam: “a exploração, a avaliação, o desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural em blocos, com risco exploratório, localizado em 34 setores de 14 bacias sedimentares brasileiras”.

Então, o que está muito bem fundamentado aqui é o seguinte (Lê.): “Na verdade, a ANP e a União não têm legitimidade para fazer a referida licitação sem prévia autorização do povo brasileiro, sob pena de prática de ato lesivo ao patrimônio nacional e violação aos princípios republicanos e da soberania nacional, previsto no art. 1.º da Carta Política de 1988, na medida em que a manutenção das reservas de hidrocarbonetos no País é essencial para garantir o seu desenvolvimento estratégico auto-sustentável.

É corrente e cientificamente provado que o petróleo e o gás natural têm suas reservas finitas, sendo obrigação da atual geração a preservação destes recursos no País, de forma a evitar a sua transferência para o Exterior, precipitando sua exaustão num curto período de tempo e, sobretudo, com perversos e nefastos reflexos para a Nação e com o sacrifício inclusive das futuras gerações.

“A soberania, em síntese, é fundamento indeclinável da própria essência da República Federativa do Brasil, do Estado Democrático de Direito e, como tal, representando o seu poder na ordem interna e externa, incluindo – por absoluta inafastabilidade – todas as suas riquezas materiais e imateriais que pertencem ao povo brasileiro”.

Eu quero trazer esta denúncia a esta tribuna...

 

A Srª Manuela d’Ávila: V. Exª  permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigada, Ver. Marcio Bins Ely, se o senhor se refere aos leilões de petróleo recentemente realizados pela Petrobras, eu gostaria apenas de esclarecer - não a V. Exª , que acredito já ser conhecedor - que os postos que estavam sendo leiloados são postos que já estão abaixo da sua linha de produtividade de extração, que é cabível à Petrobras. Só para esclarecer para a opinião pública sobre este assunto tão polêmico.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito bem, Vereadora, eu respeito a opinião de V. Exª, mas eu não tenho tanta certeza, porque sabemos que o petróleo, às vezes, quando se cava não se encontra nada, mas, às vezes, onde não tem nada, daqui a pouco está jorrando muito. Eu respeito a sua opinião, mas discordo. Eu acho que todos os esforços do Governo brasileiro devem ser no sentido de preservar aquilo que pertence ao povo brasileiro e não o interesse do capital externo.

Para concluir, é oportuno também fazer menção a mais algumas partes dessa Ação no que diz respeito à questão do Direito, sendo certo frisar que o poder popular, ao contrário do que se pensa, somente em seu nome, do povo brasileiro, será exercido, pois tudo lhe pertence, devendo-lhe as instituições, portanto, fiel obediência ao povo brasileiro. No Estado Democrático de Direito, a manifestação direta da soberania popular é exercida pelo voto, portanto, assuntos ligados aos interesses da Nação, como as concessões de áreas de petróleo e gás, somente podem ser decididas diretamente pela expressa vontade popular, uma vez que a soberania nacional é indelegável e pertence, exclusivamente, ao povo brasileiro.

Por que temos aqui toda essa movimentação? Olhem o custo altíssimo que se teve para fazer o Referendo sobre as armas e não se vê um referendo sobre a venda do petróleo, um bem da Nação brasileira.

Então, quero trazer os meus cumprimentos ao nosso Presidente, Carlos Lupi, por essa Ação. Sabemos que a Liminar nós não ganhamos, portanto já saiu a rodada de licitações. Felizmente, a Petrobras conseguiu arrematar praticamente a maioria, mas nós temos que combater essa prática e defender os interesses do nosso povo e, para isso, eu trago essa denúncia e os meus cumprimentos ao Partido por essa Ação impetrada contra as licitações das reservas de petróleo no Brasil. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N. 0878/05 - SUBSTITUTIVO N. 02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que denomina Parque Temático da Tradição Gaúcha Maurício Sirotsky Sobrinho o atual Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, equipamento público, já instalado, de caráter turístico, cultural e de lazer, com o objetivo de divulgar a cultura e as tradições do povo gaúcho e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 039/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen. Com Substitutivo n. 01. Com Emenda n. 01 ao Projeto.

 

PROC. N. 4152/05 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui parceria entre o Município de Porto Alegre e as instituições particulares de Educação Infantil para o atendimento de crianças na faixa etária de zero a seis anos, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 193/05, ambos de autoria da Ver.ª Margarete Moraes. Com Emenda n. 01 ao Projeto. Com Emenda n. 01 ao Substitutivo.

 

PROC. N. 6221/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 288/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Mata Atlântica um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. N. 6361/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 029/05, que declara de utilidade pública a entidade “Associação Fraternal Recuperação Universal”.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N. 1461/05 - SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria dos Vereadores Mario Fraga e Márcio Bins Ely, que institui a Política Municipal de Apoio ao Cooperativismo e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 070/05, de autoria do Ver. Mario Fraga.

 

PROC. N. 4102/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 029/05, de autoria do Ver. Mario Fraga, que acrescenta § 3º ao art. 165 da Lei Complementar n. 133, de 31 de dezembro de 1985, e alterações posteriores, que dispõe sobre o pagamento da licença-prêmio aos dependentes de funcionário falecido. (Estatuto dos Funcionários Públicos do Município/POA)

 

PROC. N. 6088/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 137/05, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que altera a redação do art. 146 da Resolução n. 1178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), alterando para as dezoito horas o início das sessões ordinárias das segundas-feiras.

 

PROC. N. 6107/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 139/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o título honorífico de Esportista Exemplar ao atleta Alexandre de Almeida Garcia.

 

PROC. N. 6139/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 027/05, que declara de utilidade pública a entidade “Associação dos Moradores da CEFER Dois”.

 

PROC. N. 6192/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 140/05, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede o Troféu Destaque Zaida Jarros à Jornalista Lizemara de Araújo Prates.

 

PROC. N. 5613/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 264/05, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Walter José Koff.

 

PROC. N. 6347/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 294/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Mauricio de Sousa.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há Projetos na Pauta do dia de hoje para serem comentados. Às vezes, não muito sérios como, por exemplo, aquele Projeto de Lei do Nepotismo, que não é nem um pouco sério, basta que se leia a Exposição de Motivos e os documentos que acompanham o Processo, para saber que ele não é sério. Mas noticiou bastante.

Então, aos que fazem – não sendo sérios – divulgação na imprensa, como é o caso do Processo que deseja alterar o horário das Sessões da Câmara Municipal, passando a Sessão de segunda-feira à tarde para segunda-feira às 18 horas, já deu notícia no jornal, acho que já estava na hora de retirar. Não precisa mais, porque tudo o que precisava era aparecer. Apareceram. Então, não precisa mais do Projeto de Lei, até porque tem que fazer uma análise de custos, uma análise das necessidades, da viabilidade, não apenas fazer projeto de lei, senão, eu faria um projeto de lei dizendo que todos os brasileiros teriam de ser sérios; não haveria mensalão, o Presidente da República não faria pirataria para filmes. Então, não haveria problema.

Há outros Projetos que são humanos. É o caso aqui do Ver. Mario Fraga que quer alterar a Lei Complementar nº 133, que é o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município. Ele quer alterar o Estatuto, dando a Licença-Prêmio àqueles que são dependentes de funcionários falecidos no momento de receber esse benefício. Ele está alterando o art. 165 do Estatuto. É humano, mas eu não sei se é viável, porque o Estatuto do qual eu tenho a cópia é de 2002, eu acho que depois disso a Prefeitura fez alterações. Então, se for possível, terá meu apoio. Se for considerado viável juridicamente, não haverá nenhum problema.

Agora, o Ver. Adeli Sell não consegue me convencer querendo chamar o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho de Parque Temático da Tradição Gaúcha Maurício Sirotsky Sobrinho, porque, quanto maior o nome, mais difícil para a população guardar o nome daquele que se pretende homenagear. Acho que este também é outro Processo que deve ser retirado. Já foi comentado, já foi debatido, não precisamos mais dele, podem retirar. E nós faremos a poupança de tempo, de papel e de material impresso. De que vale ser aprovado para, depois, não ser respeitado?

Eram essas as considerações que eu queria fazer. Graças a Deus, são poucos os Projetos que estão em Pauta no dia de hoje. Não há nenhum em 1ª Sessão. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, nobres Vereadores, eu vou dar seqüência ao que falou o nobre colega Ver. João Antonio Dib a respeito do Substitutivo do Ver. Adeli Sell ao nosso Projeto, que denomina Parque Temático da Tradição Gaúcha Maurício Sirotsky Sobrinho o atual Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.

Eu gostaria de fazer um esclarecimento: o Projeto original dava o nome de Cidade Gaúcha a esse Parque, justamente para chamarmos a atenção do turista. Ele é um Parque Temático, Ver. João Antonio Dib, que visa a atrair turistas do Município, do Estado e do Brasil. Esse parque pode ser criado no Parque Harmonia, mas também pode ser criado em qualquer outro local de Porto Alegre. Esse parque tradicionalista é um parque temático, como já foi falado, mas somente para se ter uma idéia, se um turista chegar ao parque, ele será recebido por uma gaúcha, ou por um gaúcho pilchado, ou seja, conforme manda o nosso tradicionalismo. O turista poderia percorrer o parque a pé, ou numa charrete – caso lhe seja oferecida essa opção. Nós teríamos diversas atrações que representariam, de fato, o tradicionalismo gaúcho.

O nosso tradicionalismo é farto, é riquíssimo, e nós apenas queremos transformá-lo em cultura turística. Com isso, nós também estaremos incentivando a cultura tradicionalista e, ao mesmo tempo, aproveitaríamos a nossa cultura para explorar o turismo, que é uma das economias desse milênio que mais avança em investimentos e em arrecadações. Ajudaria muito a Receita do nosso Município se nós pudéssemos ter esse parque temático, que enalteceria o folclore, o nativismo e as tradições gaúchas da nossa Porto Alegre.

Eu também quero comentar sobre o Projeto do nobre colega Ver. Mario Fraga, que institui a Política Municipal de Apoio ao Cooperativismo. Este Projeto está vindo em boa hora, colega Vereador, e eu gostaria de convidá-lo a fazer parte da Fecoop, a participar, a debater lá na Fecoop, porque nós temos muito que avançar no cooperativismo na nossa Cidade. Como nós sabemos, o Governo não tem mais como aumentar os impostos. Então, agora, nós estamos utilizando as PPPs - Parcerias Público-Privadas - para termos algum investimento público no nosso País. Se nós desenvolvermos o hábito e a cultura do cooperativismo, talvez esteja aí mais um caminho para buscarmos as soluções para o investimento na economia brasileira.

Como último comentário, pois vai sair de Pauta, quero falar sobre a concessão de um título honorífico a um judoca, a um atleta amador olímpico. Todos nós sabemos o que significa a luta de um atleta para chegar a uma Olimpíada, a sua dedicação, o seu sacrifício, e Porto Alegre teve um atleta na equipe de judô brasileira, que é o esporte campeão de conquista de medalhas olímpicas, o judoca Alexandre de Almeida Garcia. Filho de pais humildes e trabalhadores desta Cidade, foi campeão mundial diversas vezes. Nós estamos propondo a concessão a esse atleta do Título Honorífico de Esportista Exemplar. Muito obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo a Emenda nº 01 ao PR nº 120/05, que institui o Prêmio Sepé Tiaraju, de autoria da Verª Maristela Maffei.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezadas Vereadoras, prezados Vereadores, nós temos um conjunto de Projetos que hoje estão em tramitação, e eu quero me referir a um deles, que está em 3ª Sessão: o Projeto de autoria da Verª Sofia Cavedon. É um Projeto que trata de propor um novo horário para as Sessões Ordinárias das segundas-feiras, para que sejam realizadas a partir das 18h, ou seja, que possamos passar o horário da Sessão tarde para a noite, para que a maioria das pessoas que trabalha durante o dia possa vir para participar dos debates e apreciar os temas.

Lógico que esta é uma proposição que inova uma relação de utilização da estrutura da Câmara de Vereadores. E tem de ser feita toda uma discussão - que, inclusive, ainda não aconteceu, Ver. Todeschini - com a Associação dos Funcionários, uma discussão sobre o que significa, Ver. Brasinha, sob o ponto de vista estratégico para a Cidade, ter uma Sessão à noite em vez de à tarde, igual a que fazemos no período normal do dia, mas em outro período.

Mas, por que me refiro a isso? Quero discutir isso aqui, porque, Ver. João Dib, tem havido uma discussão muito grande pela Cidade, e nós ouvimos com freqüência este debate, no sentido de que a Câmara de Vereadores não trabalha ou que os Vereadores não trabalham. E eu creio que temos de fazer aqui um debate muito tranqüilo e muito sério para separar o joio do trigo. Pode haver alguns Vereadores que não trabalham, mas não sou eu que vou julgar e quero dizer com toda a tranqüilidade: o que eu tenho visto, não apenas neste primeiro ano de mandato, são muitos de meus colegas, entre eles V. Exª , Ver. João Dib, que têm trabalhado, e trabalham muito. Bom, para isso ainda tem que se encontrar o espaço, inclusive para debater, para dialogar com a sociedade. E a proposição que traz a Verª Sofia, na realidade, amplia legalmente o período de trabalho, deixando preenchidos momentos em que não se trabalha.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª  permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver.Comassetto, eu acho que não foram analisadas pela Verª Sofia as implicações da alteração do horário. Em primeiro lugar, custaria muito mais ao povo de Porto Alegre, porque nós recebemos do povo. Em segundo lugar, para os servidores que estudam à noite já seria um problema. Nós teríamos que pagar horas extras. Nós teríamos que manter o gabinete médico de plantão. É realmente muito difícil, é diferente do que traz a Exposição de Motivos, que fala que no Interior há Câmaras que funcionam uma vez à noite, mas é uma vez à noite. Aqui, não haveria condições.

Acho que V. Exª  é outro que trabalha muito nesta Casa, sou testemunha, faz reuniões em dias em que não se trabalha na Casa, mas acho que, da forma como está colocado, não está bem. Não foi analisado nem pela Procuradoria da Casa o custo dessa alteração.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Pois V. Exª  vem colaborar com a minha exposição inicial, quando falei que nós deveremos fazer um diálogo, inclusive com a Associação dos Funcionários, para não só verificamos a sua posição, como também qual o potencial que existe sob o ponto de vista dos quadros técnicos e funcionais para uma possível sustentação dessa medida.

A intenção política de V. Exª  é boa, mas talvez os Vereadores e Vereadoras suscitem outro entendimento para que aqueles Gabinetes que assim se propõem a fazer possam utilizar melhor as estruturas da Casa, pois não conseguem, muitas vezes, por falta de oportunidades estruturais e legais. Na nossa Comissão, por exemplo - Ver. Ismael Heinen, que está presidindo a CUTHAB -, nós temos que fazer reuniões fora da Casa por não encontrar - Ver. Brasinha e Ver. Mario Fraga, da base do Governo - locais na Casa, no calendário oficial, para poder utilizar a estrutura para debater os projetos que dizem respeito à Cidade, projetos das políticas municipais, e a Verª Sofia traz esse Projeto para ampliar ou trocar o tempo da discussão de segunda-feira à tarde para segunda-feira à noite. Devemos analisar e oportunizar que em mais um período possam ser usados todos os espaços da Casa para podermos resolver os problemas que são da Cidade.

Portanto, é um tema, do meu ponto de vista, que está em aberto, e temos que continuar o debate. Como está em última Sessão de Pauta hoje, gostaria de trazer aqui a continuidade da discussão desse Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, na pessoa de V. Exª  quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas galerias e através da TVCâmara. Venho a esta tribuna, hoje, no período de Pauta, porque acho oportuno trazer à discussão desta colenda Câmara, o Projeto de Lei de autoria do Ver. Mario Fraga - Vice-Líder da Bancada do PDT, Vice-Líder do Governo -, que entendo muito oportuno, inclusive sou subscritor, juntamente com o Vereador, de um Substitutivo ao Projeto que institui a Política Municipal de Apoio ao Cooperativismo e dá outras providências.

Nós sabemos da importância do cooperativismo na sociedade atual, e trago, então, os meus cumprimentos ao Ver. Mario Fraga, justificando que o Substitutivo, fundamentalmente, visa a superar alguns obstáculos que traziam vício de origem e obstáculos jurídicos à tramitação do Projeto inicial, e, portanto, com o objetivo de superar esses óbices jurídicos é que nós formulamos, conjuntamente, esse Substitutivo.

Então, quero dizer que realmente nós sabemos da importância que representam as agremiações cooperativadas. Meus cumprimentos também ao Ver. Ismael Heinen, que tem se posicionado favorável, dando todo apoio político às cooperativas na nossa Capital. E quero dizer que já percebo, Ver. Mario Fraga, por parte do Governo, manifestações que trazem, sim, avanços ao sistema cooperativo na nossa Capital. Está aqui um exemplo: o Projeto que veio à apreciação desta Casa, do Executivo, sobre o ITBI, que já está prevendo a redução do imposto, da incidência de alíquotas do ITBI - inclusive, através da contribuição do Ver. Ismael Heinen, que levou elementos para que isso fosse construído junto com o Poder Executivo. Portanto já é uma maneira de demonstrar o seu interesse e o compromisso que tem o Governo Fogaça com o cooperativismo, ao reduzir a alíquota, que hoje incide, num primeiro momento, o da aquisição do terreno, em 0,5%; depois, num segundo momento, quando da compra do cooperativado com referência àquele lote, ela incide em 3%; portanto, 3,5%, no cálculo total. Vai-se estar reduzindo a alíquota, reduzindo, portanto, o imposto que incide sobre as operações de compra e venda das cooperativas, transformando essa parcela, que, em números gerais, hoje está em 3,5% - 0,5% no período inicial - para 1%, única e exclusivamente, em uma vez só. Então, eu acho oportuno.

 

O Sr. Mario Fraga: V. Exª  permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio Bins Ely, eu queria agradecer todo o apoio que V. Exª  tem dado. Na última reunião que tivemos com o Governo tratamos das cooperativas, do ITBI, que vai ser fracionado, que não será aumentado - o que é mais importante.

Eu gostaria de agradecer, como V. Exª  já fez, o apoio que temos tido do Ver. José Ismael Heinen com relação às cooperativas, pois ele é um expert. Também quero dizer que na Legislatura passada quem tocava nesse assunto era o Ver. Ervino Besson, que também tem uma grande participação em cooperativas. Eu queria realçar isso para V. Exª  também. Muito obrigado pelo aparte.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito obrigado pelo aparte. Eu também quero cumprimentar o Ver. Ervino, que tem coordenado os trabalhos da Frente Parlamentar em favor do Cooperativismo aqui nesta Casa.

Num segundo momento, eu gostaria de fazer menção ao Projeto que está em 3ª Sessão de Pauta, o PLCL n.º 029/05, também de autoria do Ver. Mario Fraga, companheiro de Bancada, que acrescenta o § 3º ao art. 165 da Lei Complementar n.º 133, e alterações posteriores, que dispõe sobre o pagamento da licença-prêmio aos dependentes de funcionário falecido. Vejamos a importância de tal Projeto. Quero cumprimentar o Ver. Mario Fraga, que me trouxe inclusive um relato para justificar o texto e a proposição deste Projeto: de um conhecido, que, no caso, era filho de um funcionário público que já havia, pelo período de serviço prestado, adquirido o direito às vantagens da gratificação pela licença-prêmio. Ocorrido o falecimento do seu pai, ele perdeu o direito de receber a licença que já lhe estava atribuída, em função da morte.

Então, é muito oportuno este Projeto. Parabéns, Ver. Mario Fraga, por essa iniciativa. Eu acho que realmente isso deve ser observado com muita atenção, tem todo o nosso apoio, e fica o registro, hoje, nesta Sessão, neste período de Pauta, desses dois Projetos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, nós, em conjunto com a Verª Sofia Cavedon, temos um Projeto que prevê a alteração do horário de funcionamento das Sessões de segundas-feiras para passar a ter início às 18 horas. Essa, evidentemente, já é conhecida aqui como uma medida polêmica, mas é justamente para fazer polêmica que se apresenta esse Projeto, assim como outros Projetos são apresentados para gerar polêmica, para que se discuta a Cidade, independendo do resultado que eles tenham no final, porque o final é o resultado democrático do debate e da constituição das maiorias.

O problema que eu vejo é que é negado o enfrentamento de muitos assuntos aqui nesta Casa. É sonegado o debate. E muitos temas parecem que, só em serem debatidos, causam drama!

Esse Projeto da Verª Sofia, e de nossa autoria em conjunto, é algo, sim, que pode alterar algumas coisas na Casa, mas que, se de um lado faz exigências, pode, de outro, trazer grandes benefícios à participação, à democracia, ao debate, à presença do público que não tem como acompanhar o debate com a riqueza de detalhes com que poderia acompanhar aqui sentado nas galerias.

O que eu lamento é que, muitas vezes, temas de fundamental importância são impedidos de ser discutidos pela Casa, porque as Comissões, que têm a obrigação de fazer o debate, não o fazem. E eu digo: por covardia. Por covardia, porque se omitem e se escondem, porque não têm coragem sequer de debater. Não estou exigindo compromisso ou resultado. Mas têm medo de enfrentar, porque não têm coragem, porque não exercem o seu papel de liderança como deveriam exercer. E estou citando, aqui, um caso muito específico: em outro momento, fizemos um pedido de Comissão Especial para a Segurança Pública. E, vejam, V. Exas, o pedido de instalação da Comissão Especial foi negado pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Então, vejam como esta Casa quer enfrentar os debates na cidade de Porto Alegre, pois esta Casa tem obrigação de fazê-lo!

E agora estamos a cobrar o compromisso do seminário para fazer um debate, Ver. Ervino Besson, Presidente da Comissão! E por várias vezes foi retirado o quórum. Quero ver se foi descontado, se foi dada presença para os membros que não foram à reunião.

Como se negam ao debate aqueles Vereadores que têm a responsabilidade do conjunto, que têm a responsabilidade de liderar a formulação, o debate crítico, o debate construtivo das idéias?

Não estou aqui pedindo como resultado que aprovem o Projeto. Cada um decide com sua consciência. Agora, sonegar o debate, se esconder, usar artifício de Regimento, tirar quórum para não debater? O que é isso, Ver. Ervino? V. Exª  que é da Vila Nova? V. Exª  que é membro do Conselho de Segurança, do Consepro da Vila Nova? Isso é atitude digna de um Presidente de Comissão? Corajosa? De alguém disposto a enfrentar a problemática da Segurança?

Está aí o jornal Diário Gaúcho hoje falando que 41 % do comércio da Cidade Baixa já foi assaltado, que a violência se generaliza por tudo. E que quando se quer discutir de forma articulada, integrada, de forma participativa, onde o povo tenha lugar, sonega-se o debate. E, depois, se atribui a quem os problemas pela falta de Segurança? Ao Bisol? Ao Governador Olívio Dutra, como todos os dias se faz aqui ? Ou à falta de autoridade, ou à falta desta Casa em assumir o seu papel?

Esse é o problema que está colocado quando se propõe assuntos que são polêmicos, mas que podem ser importantes para o conjunto da Cidade, e não a covardia de fugir e de se esconder embaixo das mesas ou atrás das paredes para não enfrentar o debate. Esse é o problema que está colocado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão da Pauta. A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, lamentavelmente ocupo esta tribuna, em nome da Bancada do meu Partido, de todos os Vereadores do PT, não para colocar idéias, propostas, discussão política e interessante para a nossa Cidade e para o nosso País, mas para fazer ao Sr. Presidente, Elói Guimarães, uma denúncia que considero muito grave - e falo com a autoridade de quem foi Presidenta desta Casa e quero que o Ver. João Antonio Dib me ouça com muita atenção, como sempre faz -, porque é muito sério o que aconteceu na CEDECONDH. O meu querido amigo Ver. Ervino Besson não se portou com a autoridade de quem pratica a justiça, que é equânime e que conquista o respeito de todos, porque quem é Presidente, quem tem autoridade em qualquer órgão desta Casa, não pode jamais proteger os seus e prejudicar os outros. Eu sinto que a Bancada do Partido dos Trabalhadores está sendo prejudicada lá na CEDECONDH. Um Presidente, Ver. Sebastião Melo, tem que arcar com o ônus e o bônus do seu cargo, nem sempre são flores as coisas que acontecem, mas tem que ter o poder de decidir. Ocorreu que o Ver. Todeschini protocolou um Ofício à CEDECONDH, pedindo um espaço, não vou falar se havia mérito ou não, no dia 4 de novembro, e a convocatória da CEDECONDH saiu no dia 3, portanto, não constava na pauta na última terça-feira, estava sem exame. Nós nos reunimos na última terça-feira, o Ver. Bernardino, a Verª Maria Celeste, o Ver. Maurício, eu e o Presidente, portanto havia quórum para deliberação, e solicitamos, com a maior delicadeza, ao Ver. Ervino, que fosse examinado esse Ofício, para dizer sim, para dizer não, não interessa, nós só queríamos o direito de poder examinar o Ofício. Havia quórum. E na próxima terça-feira é feriado, esse é o problema, o que prejudicaria o uso do espaço aqui. Nós apenas pedimos que coloquem em análise o Ofício. A Verª Maria Celeste se manifestou com um “sim”, eu me manifestei com um “sim” e o Ver. Bernardino Vendruscolo se manifestou com um “sim”, e deixou por escrito. Então, mesmo com quórum, não foi colocado em votação, e ele convocou uma Reunião Extraordinária para hoje; nós comparecemos de novo, e não havia quórum!

A minha denúncia é esta: eu quero e exijo, pois é um direito, cumprir a nossa obrigação de votar na Comissão, na CEDECONDH; é uma obrigação, votar “sim” ou “não”, mas nós temos esse direito.

Estamos fazendo uma exigência pública ao nosso Presidente. Quero lamentar – é a maior denúncia – o verdadeiro boicote que o Ver. Maurício tem feito em relação à nossa Bancada. Ele dá presença quando quer, quando o assunto lhe interessa, e sai quando não lhe interessa. Se nós vamos ser formalistas, porque não estava no Ofício, então os Vereadores deverão ter falta também quando não comparecerem à Comissão. Isso é um fato lamentável que nunca aconteceu nesta Casa.

Quero dizer para o Ver. Sebastião Melo: o que eu mais admiro nele, quando era oposição, era a oposição mais dura ao PT, mas sempre defendeu o direito de defesa, sempre defendeu a fala, o debate, concordando ou discordando. Nós não podemos ter medo do debate, nós não podemos ter medo das decisões; podem discordar; se são maioria, nós vamos perder, não há problema. Mas nós exigimos, Ver. Ervino, o direito de votar na CEDECONDH, esta é a sua obrigação na condição de Presidente.

Isso é um fato lamentável que acontece nesta Casa, pela primeira vez desde que aqui estou. E não houve conversa, não houve delicadeza, não houve nada, porque ele não negou; ele negou o direito do voto de cada um dos Vereadores daquela Comissão.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho uma certa dúvida sobre o debate que se está estabelecendo aqui, neste momento. Pelo que estou entendendo, é um debate interno da Comissão de Direitos Humanos e Consumidor, que é uma Comissão presidida pelo Ver. Ervino Besson e, portanto, seguramente, o Vereador irá responder às acusações aqui feitas. Como membro da Comissão eu queria pedir ao Ver. Todeschini tranqüilidade para tratar esse tema como nós estamos tratando com Vossa Excelência. Eu queria dizer, como membro da Comissão de Direitos Humanos e Consumidor desta Casa, que nós, por várias vezes, recebemos pessoas, fizemos audiências. Recentemente, inclusive, recebemos várias pessoas com problemas na área da Habitação, e quero dizer também que faz parte das possibilidades da Comissão a realização de seminários dos temas referentes à nossa Comissão. Muitas vezes o acúmulo de questões que dizem respeito à área de Direitos Humanos e do Consumidor faz com que não possamos cumprir as agendas, que são demandas dos próprios Vereadores desta Casa. Recordo-me que a Vereadora Maria Celeste fez a sugestão de um seminário que acabamos não conseguindo construir; eu também tinha feito a proposta de um seminário e, por superlotação das agendas, também não consegui fazer, através da Comissão - porque é uma Comissão que tem uma demanda muito grande -, e acabei transferindo a realização desse seminário. Como era um seminário sobre uma temática que eu estava trabalhando, através de um Projeto de Lei, realizei o seminário via o meu Gabinete.

Quero dizer também que o Ver. Todeschini trouxe aqui duas temáticas, uma é a proposta do Vereador de fazer uma Comissão Especial para tratar a questão de Segurança, se é isto que eu entendi. A segunda questão é um Projeto de autoria do Vereador, sobre o qual espero que faça inúmeros debates, porque é um Projeto sobre uma questão muito importante, a Segurança Pública. Mas o fato de a Comissão não conseguir colocar na sua agenda - inclusive porque a proposta do Vereador é que algum seminário seja feito 14 dias antes de nós terminarmos o recesso parlamentar, que é exatamente uma etapa do ano de extremas concentrações de atividades da Casa -, não inviabiliza que o Vereador faça seminário. Eu, por exemplo, tentei fazer um seminário para discutir um Projeto de Lei de minha autoria sobre a questão do trânsito e da violência, não tinha agenda e eu transferi o seminário daqui da Casa e transformei isso numa atividade do meu Gabinete. Então, eu acho que algumas denúncias não são justas.

Por último, Vereador, até por uma questão de justiça, eu queria dizer que vim a esta tribuna quando o Ver. Oliboni sugeriu uma Comissão Especial para tratar de um tema extremamente importante para a Cidade, que foi sobre definição de políticas públicas para as pessoas portadoras de deficiência. Eu acho que esta Casa tem inúmeras possibilidades de realizar debates. Eu acho que as Comissões Especiais têm um significado e nós defendemos - eu na condição de Líder do Governo, defendi -, a Comissão que trabalhou durante 90 dias e que fez um excelente relatório – e digo a todas as senhoras e senhores que o estudem, porque ele é realmente importante.

Nós não somos contrários à criação de nenhuma comissão, mas temos uma exigência legal da quantidade de reunião. Não é a nossa política e também a minha, pessoalmente, nem da Comissão, atropelar as questões. Eu tenho procurado estabelecer debate com todos os Vereadores, mas eu respeito a posição do Presidente e as dificuldades da Comissão. Eu acho que não podemos desenvolver entre nós nenhuma paranóia. Se a minha solicitação não tem possibilidade, por questões de calendário, por questões de tempo, de ser realizada, e não vou transformar isso em uma questão pessoal, nem sair fazendo a leitura - não verdadeira - de que isso é uma perseguição política. E se fosse, eu realmente estaria do lado de Vossa Excelência. Eu acho que nenhum Vereador, por ser de um Partido ou outro, pode ter, em qualquer Comissão, em qualquer setor desta Casa, alguma diferenciação. Mas eu acho que efetivamente não foi isso que ocorreu, não houve nenhuma posição pré-determinada em perseguir nenhum Vereador por parte do Presidente. Eu não sou a Presidenta, mas tenho acompanhado na medida do possível.

Por último, queria dizer a Vossa Excelência que essa acusação que o senhor fez contra nós, seus colegas, membros da Comissão, não é verdadeira. Hoje não é dia de Comissão Técnica. Hoje é dia de Plenário. Por uma decisão do Presidente, ele fez uma reunião extraordinária às 13h30min. Nós temos o direito de priorizar às 13h30min uma outra agenda ou esta agenda. Eu tinha uma reunião-almoço de trabalho, e para mim era mais importante estar presente nessa reunião.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não são muitos os fatos que me fazem ficar refletindo horas adentro da madrugada, mas alguns fazem: alguns bons, outros ruins nos fazem ficar angustiados. O dia de ontem, a Sessão de ontem, nesta Casa, foi um dos fatos, Ver. João Dib, que me tirou o sono durante a noite. Eu poderia falar de inúmeras coisas que aconteceram na Sessão de ontem: da quebra de acordos, da simulação de cumprir acordos, da relação que existe ou da forma como são construídas determinadas relações da nossa sociedade, determinados setores da nossa sociedade com o Poder Legislativo às diversas instâncias, sobre o próprio funcionamento da nossa Casa.

Mas eu não vou ficar discorrendo sobre coisas ou atitudes tão pequenas e, na minha humilde opinião, tão mesquinhas, como algumas atitudes que aconteceram no dia de ontem neste plenário. Mas algumas dessas atitudes me fizeram refletir sobre a visão que a nossa população tem sobre o Parlamento, na realidade, o Poder Público de uma forma geral, seja a Câmara, seja a Assembléia, seja o nosso Congresso Nacional, sejam as nossas Prefeituras, os Governos de Estados, a Presidência da República, os órgãos públicos.

Algumas vezes, quando eu vou preencher o meu cadastro em um hotel, em uma loja, em algum lugar e perguntam a minha profissão, eu respondo que sou jornalista, porque é o que sou, não é o que estou. E sempre quando digo que estou Vereadora, digo que também sou jornalista, assim como o Vereador Brasinha fala de sua loja. Mas muitas das vezes que digo isso, que sou jornalista, digo porque sei a opinião da população brasileira sobre os órgãos públicos, sobre os Legislativos. E, ontem, eu compreendi, eu vi as ações que justificam essa opinião que eu tanto combato, essa ausência de credibilidade que tanto temos no nosso País, Ver. João Dib. Nós temos poucas coisas na política. Nós, que acreditamos em um projeto, temos os nossos sonhos. Aqueles que não defendem projeto têm pelo menos a sua palavra, a palavra dada. Aqueles que têm projetos diferentes dos meus, sejam pessoais ou coletivos, têm projetos, mas devem ter também a sua palavra. O que vale mais em qualquer círculo de relações do que a palavra dada? As pessoas não são obrigadas a serem fiéis nos seus casamentos, mas elas assim pactuam, elas dão as suas palavras. Nós não somos obrigados a ser amigos uns dos outros, mas no momento em que nos colocamos como amigos, temos, sim, a nossa palavra dada, porque essas são pessoas que não foram obrigadas a depositar a sua confiança na gente, mas que nós nos dispusemos a dar a nossa confiança a elas. E na política, como em todos esses outros círculos, o que temos é a palavra dada. E, quando vemos determinadas encenações para romper com a palavra dada, conseguimos compreender, no íntimo de cada cidadão e de cada cidadã brasileira, qual a motivação que faz com que não acreditem na política e nos políticos, porque os políticos não têm obrigação nenhuma de fazer promessas a essas pessoas. Eles as fazem por livre e espontânea vontade.

E, ontem, eu lastimo profundamente ter visto isso. Ontem nós vivemos isso aqui neste plenário. Nós encenamos, porque somos atores sociais. Nós vivemos aquilo que faz a população brasileira desacreditar na política, porque não são factóides que fazem a população desacreditar na política, mas são os fatos pequenos e cotidianos que fazem as pessoas perder a credibilidade, que fazem as pessoas, que julgamos nossas amigas, perderem a confiança, que fazem os casamentos darem errado, e que fazem os políticos perderem a credibilidade. Não perdem aqui dentro, senhoras e senhores.

Dentre todos aqui - certa vez, eu brincava com isso -, o menos inteligente é Vereador e superou uma série de outros adversários, mas nós temos diferenças, e uma das diferenças mais brutais que temos, que vai para além daquelas ideológicas dos nossos projetos, é a relação que nos dispusemos a estabelecer com os nossos Pares e com a sociedade porto-alegrense. São coisas como essas que justificam – e eu lembro do meu primeiro discurso nesta Casa, no dia 1º de janeiro, quando me dirigi ao Prefeito Fogaça e disse que os dados do nosso País nos mostram que os jovens, infelizmente, não acreditam na política e nem nos políticos. E nós vamos viver uma carência profunda, tanto de políticos como de pessoas que continuem acreditando no sistema político.

Reflitam, senhoras e senhores, sobre a quantidade de jovens que têm em seus Partidos, reflitam sobre a participação desses jovens na vida da nossa sociedade, e vão ver que muitas vezes os responsáveis por essa falta de participação, por essa falta de convicção de que é possível confiar num político, num marido, num amigo, somos nós mesmos ou alguns de nós que criamos. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem pelo Canal 16, público presente nas galerias, queria saudar a todos.

Eu tenho destacado, várias vezes nesta tribuna, o trabalho do Ver. Todeschini, como Diretor do DMAE, um excelente Diretor. Os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras são testemunhas disso. Mas, o Ver. Todeschini, no seu primeiro mandato, vai ter que aprender algo mais como Vereador da cidade de Porto Alegre. E ele vai aprender. Nenhum de nós nasce sabendo tudo. Com o decorrer do tempo, a gente aprende. Então, o Ver. Todeschini, pela sua competência, vai aprender.

Na terça-feira, na reunião da Comissão, eu fui claro - o meu trabalho é transparente, respeitando todos os Vereadores e Vereadoras - quando o Requerimento do Ver. Todeschini entrou após a convocação da Pauta, que foi dia 13, e o Ver. Maurício Dziedricki, quando se deu conta do Requerimento, disse: “Não vou votar o Requerimento, porque não foi protocolado em tempo hábil”. É um direito do Vereador! Ele acha que precisa uma discussão mais ampla, mas não se colocou contra. Vamos discutir, vamos aprofundar a discussão. E digo mais, Vereador: eu gravei antes de V. Exª  se pronunciar nesta tribuna - os próprios colegas Vereadores e V. Exª  podem assistir hoje, no Canal 16, no horário do Jornal - a minha posição. O que foi dito aqui, que estou boicotando, que estou desconsiderando os Vereadores, é uma tremenda injustiça, não é o meu lema de trabalhar. Este é meu terceiro mandato, minha vida é clara, tranqüila e transparente.

Vereador Carlos Todeschini, peguei aqui o Parecer da CUTHAB que V. Exª  protocolou e a CUTHAB também não concordou; são posições de Vereadores, foram três votos contra os que V. Exª  teve no seu Projeto: dos Vereadores Ismael, Brasinha e Mario Fraga, e isso faz parte do Parlamento e V. Exª  tem que colocar isso aqui na tribuna, são choques de idéias que a gente deve discutir, meu caro Vereador. Agora, não concordamos com o que V. Exª  colocou aqui. E digo mais: para que tanta pressa? Houve uma decisão da Mesa Diretora de que qualquer seminário, qualquer evento, tem que passar pela Mesa com 30 dias de antecedência, meu caro Vereador. Convoquei uma reunião extraordinária na sexta-feira para tentarmos resolver o problema, porque acho que quando se trata da área de Segurança, meu caro Vereador, nenhum Vereador desta Casa será tão ingênuo em ir contra; agora, isso é um Parlamento, vamos com calma... Esse tipo de acusação, convenhamos, não é da grandeza de um Vereador, de uma Vereadora, e digo isso com muita tranqüilidade. Esse é o meu lema e o será enquanto eu for Vereador desta Casa. Respeito todos os Vereadores e Vereadoras, trato todos com muito respeito, estou com a minha consciência extremamente tranqüila, agora esse é um Projeto... V. Exª  faz parte de uma Comissão, porque a sua Comissão não encampou esse seminário, Vereador? Um seminário representa custos que a sua Comissão pode bancar ou as Comissões podem ser convidadas. É assim que funciona, sim, Vereador. E digo mais, meu caro Presidente, é um Projeto particular do Vereador, e, no momento em que uma Comissão abrir para um Vereador fazer um seminário de um projeto particular dele, os outros Vereadores terão o mesmo direito! Qualquer projeto que um Vereador ou uma Vereadora apresentar nesta Casa, e solicitar um seminário para uma Comissão, se houver abertura, todos terão o mesmo direito! Por que V. Exª  não faz - o seu Gabinete tem condições para isso - e convida a Comissão? Eu faço parte e também poderia participar; sou Vereador da Comissão.

Agora, por que tanta pressa se o Requerimento, Vereador, não foi protocolado em tempo hábil? Repito: no dia três, a Comissão fez o convite aos Vereadores membros da Comissão, e, no dia quatro, entrou o Requerimento. Então, o Ver. Maurício, com todo direito, disse que não iria votar, porque não estava na Pauta. Tudo bem, mas por que essa pressa, Vereador? Por que essa pressa? Se é um Projeto, vamos unir os esforços, vamos unir as idéias. Eu acho que a Câmara tem que se juntar a isso. Agora, esse tipo de insinuações que foram colocadas aqui nesta tribuna, sinceramente, eu não consigo entender.

Portanto, meu caro Ver. Todeschini, para encerrar, V. Exª  é um homem inteligente, um homem competente, mas o primeiro ano, o primeiro mandato é sempre um aprendizado, e, na vida, nós aprendemos sempre. E V. Exª , tenho certeza, também irá aprender, no decorrer do tempo, como um Vereador e uma Vereadora têm de se comportar aqui nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Solicito que seja retirada da fala do Ver. Ervino Besson a questão do Processo do qual sou Relator, que está na CUTHAB e que oficialmente não foi ainda votado. Ele será votado na próxima reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Portanto, essa informação não é verdadeira. Eu sou Relator, e isso não entrou na Internet. Ele está em Pauta para ser votado. Se já há algum Vereador que assinou antecipadamente, é outra questão. Eu só gostaria, para ajustarmos os trâmites legais, em segundo lugar, de fazer um Requerimento a esta Casa para que se aplique o Regimento, porque eu tenho, lá na Comissão de Constituição e Justiça, há mais de 60 dias, um Requerimento para ser analisado, que pede a Comissão Externa de Segurança Pública para a Zona Sul. Está lá parado, não foi para frente. Já venceram todos os prazos legais. Portanto, quero que seja aplicado o Regimento da Casa e das Comissões, por favor.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, o Ver. Carlos Comassetto está em seu primeiro mandato. V. Exª  tem que respeitar a assinatura do Ver. Ismael. V. Exª  tem que respeitar a assinatura do Ver. Brasinha e do Ver. Mario Fraga, Vereador. São Vereadores iguais a V. Exª.  Então tem que haver respeito nesta Casa. Eu vou passar às suas mãos...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Ervino Besson, as questões terão de ser formuladas à Mesa. Debates são questões, ao meu juízo, suscetíveis de interferência da Mesa e da Presidência; são posições, afirmações que o Presidente, a Mesa não têm como censurar.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente da nossa Casa, hoje, às 12 horas, realizou um ato na Esquina Democrática. Lá estive presente - pois sou a Coordenadora dessa Frente Parlamentar -, bem como a Verª Sofia Cavedon, o Ver. Sebastião Melo, a Verª Mônica Leal e as assessorias da Verª Manuela, da Verª Neuza Canabarro e, por favor, se eu estiver omitindo alguns, com certeza, num próximo momento, estaremos aqui anunciando os que lá estiveram.

A nossa ida, Sr. Presidente, foi sobre uma das pautas que nós tivemos e até o final do ano estaremos apresentando a Vossa Excelência.

O Relatório das atividades que efetuamos neste ano como Frente Parlamentar é sobre a luta pela inclusão das creches no Fundeb já! Uma discussão que não apenas esta Frente Parlamentar faz, mas várias entidades, assim como a maioria das Secretarias de Educação, bem como ONGs, associações de moradores, enfim, toda a sociedade está discutindo o Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica - e de valorização dos profissionais de Educação. Lá estivemos dialogando com a comunidade pois temos fortes motivos para dizer que a criança tem o direito à educação, que começa no berço e é para toda a vida. Hoje, são 13 milhões de crianças que estão nessa situação e que não estão incluídas nessa faixa de zero aos três anos. A ampliação do Fundeb é condição para o cumprimento de meta do Plano Nacional de Educação, que pretende ampliar para 50% o atendimento dessa faixa etária até 2011. Porém, não está sendo incluído neste momento. Inclusive, uma das Emendas é da Deputada Federal da Bancada do Partido dos Trabalhadores, Maria do Rosário, que também coordena a Frente Parlamentar no Congresso; bem como da Senadora Patrícia Gomes, que coordena essa pasta no Senado, com o entendimento de que o acesso à Educação Infantil se constitui em uma política essencial de proteção às crianças contra as mais variadas formas de violação, especialmente da violência doméstica e sexual, somada a outros problemas centrados na primeira infância. Isso trará benefícios duradouros ao crescimento e desenvolvimento pleno e harmonioso das mulheres. Nós todos sabemos que, hoje, 35% das mulheres de baixa renda são chefes-de-família que não têm onde deixar seus filhos nem mesmo para constituir redes de economia de geração de renda. Portanto, essa é uma luta na qual toda a sociedade brasileira está organizada, até porque nós acreditamos que, se o Governo Federal deixar de repassar parte da transferência dos juros da dívida externa para o FMI, nós podemos aqui traçar uma política para que o futuro seja realmente algo concreto. E temos certeza de que com essa mobilização toda o Governo Federal vai se sensibilizar, porque é, sim, uma política de inclusão. E aliás, Sr. Presidente, quero dizer que, no dia nove de dezembro, estaremos aqui, nesta Casa, entregando à Frente Parlamentar do Senado e do Congresso os abaixo-assinados que estamos fazendo, Ver. Sebastião Melo.

E, por último, Sr. Presidente, eu quero dizer que nós estivemos com a Deputada Federal Luci Choinacki, que é autora da PEC nº 385, que trata da aposentadoria da dona-de-casa, e que tem como Relatora a Deputada Federal Sandra Rosado, que, há pouco tempo, era do Partido de V. Exª , Ver. Sebastião Melo, ou seja, do PMDB, e agora é do PSB. Como a Deputada Federal Luci Choinacki não poderá estar aqui no dia 28, às 14 horas, em razão de o seu marido estar adoentado, estará presente a Deputada Federal do Rio Grande do Norte, Deputada Sandra Rosado, Relatora do Projeto, para discutir e ampliar, nesta Casa, uma frente pluripartidária em prol da aposentadoria da dona-de-casa.

Dessa forma, Sr. Presidente, nós relatamos um pouco das lutas que vamos travando pela nossa sociedade e aproveitamos para prestar contas à sociedade de Porto Alegre sobre o trabalho que estamos realizando. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ontem, travou-se, nesta Casa, um duelo entre aqueles que opinavam a favor do cercamento dos parques e outros que votavam contra o cercamento dos parques. Este Vereador, sendo um Vereador da base governista, votou pelo Não, e eu me limitei a apenas votar, sem manifestar a minha opinião, que já foi manifestada outras vezes, em outras ocasiões em que se discutiu essa matéria. Mas eu queria dar ênfase, colocar em evidência a idéia de que os parques foram feitos para não serem cercados - exatamente o contrário daquilo que se propôs. O parque é um espaço livre para entrar e sair, é a idéia fluir. O parque, mesmo com toda a insegurança que existe nas cidades, não pode ser fechado; tem que ser aberto, porque, simbolicamente, como metáfora, o parque é a liberdade, essa liberdade que o homem busca dentro do seu nascedouro, desde os primeiros homens do mundo. A sociedade se aprisiona em suas casas e depois de ficar tanto tempo durante a semana dentro de um apartamento, fechada e presa por grades, ela vai enfrentar as outras grades! E a segurança não é promovida pela grade, não! O que promove a segurança é, indiscutivelmente, o desenvolvimento, o pleno emprego, o bem-estar social, e, se nós estamos longe dele, vamos contratar seguranças para os parques, vamos dar emprego para essas pessoas que não têm segurança e não fazermos exatamente o contrário, de uma forma mecânica, de uma forma prisional, “colocando o lixo embaixo do tapete”, fazendo com que a delinqüência saia dos níveis da Cidade para entrar dentro dos parques.

Não se limitou a insegurança com o cercamento dos parques em nenhum lugar do mundo, e crimes ocorreram, em alguns lugares, com muita freqüência, com o fechamento dos parques.

Se as questões sociais têm outra visão, o fechamento dos parques é excludente, e a exclusão se dá não só pelo espaço, exclui-se também negando a própria origem do ser humano. O ser humano tem dois grandes sentimentos: um de claustro, de fechamento; outro, de liberdade, de espaço. Na Grécia, o fechado eram as residências, o claustro; o aberto eram as ágoras. A psiquiatria consagrou duas doenças: o medo de ficar fechado no elevador, a claustrofobia; e o medo do espaço demasiado, a agorafobia. Nós vivemos na claustrofobia, vivemos com medo de nós mesmos, vivemos com medo das cercas, vivemos com medo das prisões, nós nos aprisionamos em nossas próprias casas. O parque é liberdade, e essa exceção que foi aberta a um parque público levou o meu voto contrário, porque não há coisa mais linda do que um parque aberto. Não há coisa mais triste do que um parque cerceado, onde suas pessoas não perdem a liberdade, perdem a noção de liberdade, o que é muito pior. Essa metáfora do parque pode ficar para o resto da vida, acostumando os nossos filhos, os nossos netos às grades que eles nunca mereceram.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro, quero dizer que, Verª Margarete, as Comissões temáticas dos Legislativos devem ser potencializadas, porque acho muito mais produtivo para a cidadania quando se aprofundam os debates nas Comissões temáticas. Eu presidi duas Comissões nesta Casa, a de Economia e a de Saúde, e acho que a Casa precisa, Sr. Presidente, reavaliar esse assunto. Eu sei que essa não é uma decisão pessoal, é uma decisão que tem de ser coletiva, temos problema de espaço, de cotas, mas a Casa precisa valorizar as suas Comissões temáticas, porque ali a cidadania pode se expressar. Quando as coisas chegam ao plenário, já estão mais ou menos definidas. Então, me somo, inteiramente, para qualificarmos as Comissões. Inclusive, defendo que - sem direito a voto - a sociedade pudesse, permanentemente ser chamada, independentemente de estar participando daquela ou de outra Reunião.

Mas, venho a esta tribuna, Presidente, para fazer um apelo aos Vereadores que são autores de Projetos referentes ao Plano Diretor. Não é culpa de ninguém, mas a verdade é que nós não conseguimos ainda fazer a abertura da Comissão do Plano Diretor. Essa decisão foi coletiva, Presidente, eu sei que V. Exª  se esforçou muito, mas não havia um clima, no mínimo, de unidade para fazer a abertura da revisão do Plano Diretor, e eu vejo pipocando vários Projetos envolvendo o Plano Diretor. Então, o que eu estou defendendo aqui da tribuna – hoje, por exemplo, há mais um Projeto que o Ver. Comassetto quer votar – é que nós pudéssemos deixar para o ano que vem a votação desses Projetos e de todos os Projetos envolvendo o Plano Diretor, independente de suas autorias, para serem discutidos na Comissão Especial do Plano Diretor.

Por que eu digo isso, Ver. Maurício Dziedricki? O Plano Diretor talvez seja a Lei mais importante, porque baliza a vida da Cidade. Nós temos aqui desafios enormes. Porto Alegre, no contexto nacional, é muito melhor em planejamento que muitas capitais. Mas, por exemplo, nós não temos um traçado viário definitivo na cidade de Porto Alegre. Isso impossibilita, e eu vou citar a Rua Dom Luiz de Guanella, aquele traçado da Radial Anita ou o Hospital do Banco de Olhos. Essas duas comunidades estão ali como uma espada: podem construir ou não podem construir? Podem aumentar ou não podem aumentar? Porque não sabem se o traçado definitivo será em uma ou em outra.

Porto Alegre tem o Lago mais extraordinário que uma Cidade pode ter, talvez, do mundo: o Lago Guaíba, mas não tem um Plano Diretor da orla do Guaíba. Se tivéssemos a felicidade de, por exemplo, amanhã, com o Programa Socioambiental, devolver a balneabilidade do Lago Guaíba, onde é que os porto-alegrenses iriam tomar banho? Em 200 metros? Em 1.000 metros? Ou em Ipanema? Porque o resto da orla está tomada irregularmente, seja pelas vilas populares, ou pelas mansões. É dessa forma que visualizamos a orla do Guaíba.

Então, eu queria fazer esse apelo, hoje, ao Ver. Comassetto, mas aos outros colegas Vereadores também, nós que queremos ter um planejamento um pouquinho melhor em nome da Cidade.

Eu mesmo, agora, não assinei um Parecer do Ver. Nereu porque quero estudá-lo mais, pois envolve a questão de área rural do nosso Campo Novo.

Vejam, os Projetos estão brotando. Então, acho que, acertadamente, se houver uma consensualização, Ver. Dib, não deveríamos votar projetos referentes ao Plano Diretor e, sim, que remetêssemos esses Projetos para a Comissão que vai reavaliar a discussão do Plano Diretor.

É isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. E nós achamos, sim, Verª Manuela, que a palavra empenhada deve ser cumprida. Eu acho isso muito importante - não na vida política apenas do Parlamento -, mas se a gente empenha uma palavra numa relação de Plenário e essa palavra não é resgatada, ficamos com dificuldade de nos relacionarmos com celeridade com a sociedade.

Então, eu quero dizer que, da nossa parte, a gente tem procurado proceder dessa forma, e eu tenho absoluta certeza de que esta Casa, na sua grande e esmagadora maioria, procede assim. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não pretendia fazer o uso do tempo de Liderança no dia de hoje, no entanto, a Diretoria Legislativa acaba de distribuir para nós, Vereadores, os sete Projetos de Lei que estão para serem votados hoje, conforme acordo das Lideranças feito na segunda-feira. E a observação que eu faço me deixa muito entristecido.

O primeiro é um título de cidadão de Porto Alegre sob a égide do malfadado art. 81. Ora, nós poderíamos esperar um pouquinho mais para que a outra Comissão se manifestasse e a homenagem seria integralmente, porque passaria na Comissão o seu nome.

O segundo é o Estatuto da Juventude, com oito Emendas, sem nenhum Parecer, a não ser da Comissão de Justiça, para ser votado sob a égide do art. 81; sem pareceres, sem estudo das Comissões.

O terceiro é sobre uma Semana de Ciência e Tecnologia, também sob a égide do art. 81 da Lei Orgânica. Parece que as Comissões não trabalham, mas eu acho que elas trabalham, ou nós temos muitos Projetos de Lei desnecessários.

O quarto, sobre a inserção de textos referentes aos direitos da criança e do adolescente em impressos, também pelo art. 81; tem mérito a propositura, não há dúvida nenhuma.

O quinto, institui um novo prêmio na Casa, que tem uma centena deles, égide do art. 81 da Lei Orgânica do Município.

O sexto é uma alteração do Plano Diretor, e agora mesmo o Ver. Sebastião Melo dizia que tem que haver uma Comissão para analisar - sob a égide do art. 81, sem nenhuma informação para os Vereadores -, eles vêm aqui, ocorrem aquelas confusões que costumam acontecer e que deixam o Presidente às vezes sem saber que posicionamento tomar.

E o sétimo, sim, passou por todas as Comissões. Não sei se vai ser votado hoje, mas, de qualquer forma, passou por todas as Comissões. Então, seis Projetos sob a égide do art. 81!

A Casa tem em tramitação um Projeto de alteração da Lei Orgânica que fala sobre o art. 81. Não é possível que nós continuemos votando todos os dias sem que as Comissões se manifestem, porque o Vereador, ao cabo de 30 dias, tem o direito, pela Lei Orgânica, de fazer a solicitação do art. 81.

Eu acho que nós temos que alterar esse artigo dizendo que precisa de mais tempo e de mais gente assinando, não apenas o autor do Projeto, porque senão nós vamos ter essa barbaridade que aqui ocorre hoje: seis dos sete Projetos estão sob a égide do malfadado art. 81. E alguns da mais alta relevância! Não são proposituras simples, como é o caso de colocar mensagens nos documentos do Executivo dizendo dos direitos da criança e do adolescente. Não, não é isso; é a alteração do Plano Diretor, é o Estatuto da Juventude. Pelo amor de Deus! Eu acho que nós precisamos ter um pouco mais de responsabilidade. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h46min.)

 

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